(Chet Strange / Correspondente/Getty Images)
Karina Souza
Publicado em 17 de novembro de 2021 às 18h29.
Última atualização em 18 de novembro de 2021 às 16h23.
A JBS anunciou, nesta quarta-feira, a aquisição da BioTech Foods, empresa espanhola especializada em proteína cultivada — ou seja, carne feita em laboratório, a partir de células animais.
A compra foi feita a partir da companhia controlada JBS Global Luxembourg e o valor pago pela companhia especializada nessa tecnologia foi de 100 milhões de dólares.
Desse total, 41 milhões de dólares serão dedicados à construção de uma nova fábrica na Espanha para dar escala à produção, como afirma a companhia em comunicado.
O restante será utilizado para a JBS implantar o primeiro centro de P&D voltado para o estudo de biotecnologia de alimentos e proteína cultivada no Brasil.
A ideia é que, no país, a JBS possa desenvolver novas técnicas que tragam ganho de escala e reduzam custos de produção da carne "de laboratório", antecipando a ida ao mercado.
A BioTech Foods foi fundada em 2017 e operava, até então, uma planta piloto na cidade de San Sebastián. A produção comercial deve chegar em meados de 2024.
"A tecnologia tem potencial não apenas para a produção de proteína bovina, mas também para a de frangos, suínose pescados. Pelos termos da operação, a JBS se tornará a acionista majoritária da BioTech Foods", diz a JBS em comunicado.
A transação está sujeita à aprovação do órgão de investimentos estrangeiros na Espanha.
Além de carne bovina, a tecnologia também poderá ser usada para imitar frangos, suínos e pescados.
Não é o primeiro passo de gigantes de alimentos nesse tipo de tecnologia. Em abril deste ano, a BRF anunciou um investimento em carne cultivada.
A produção da dona da Sadia e da Perdigão será feita em parceria com a startup israelense Aleph Farms, em que investiu cerca de 2,5 milhões de dólares na forma de venture capital para usar a tecnologia na produção.
A Nestlé também mira esse mercado, aliando demanda por alimento e sustentabilidade — assim como as demais companhias.
O potencial de ganhos é trilionário. Dados da consultoria Kearney mostram que pode chegar a 35% dio mercado de carne em 2040, somando 1,8 trilhão de dólares.