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JBS está perto de acordo para refinanciar dívida de R$ 18 bi

A JBS obteria a ampliação do prazo de pagamento por 12 meses em troca do pagamento adiantado de 2 bilhões de reais e garantias extras, disseram fontes

JBS: as negociações vem em um momento no qual a empresa passa por turbulências (Paulo Whitaker/Reuters)

JBS: as negociações vem em um momento no qual a empresa passa por turbulências (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de julho de 2017 às 17h03.

Última atualização em 13 de julho de 2017 às 17h44.

São Paulo - Os principais credores brasileiros da JBS estão próximos de um acordo para o refinanciamento de dívidas da processadora de carnes no valor cerca de 18 bilhões de reais que vencem dentro de um ano, disseram cinco pessoas com conhecimento do assunto.

As negociações vem em um momento no qual a empresa passa por turbulências relacionadas ao grande escândalo de corrupção envolvendo seus controladores, os irmãos Batista.

A Caixa Econômica Federal, o Santander Brasil, o Banco do Brasil e o Bradesco estão tentando convencer o Itaú Unibanco a aderir ao plano, sob o qual a JBS obteria a ampliação do prazo de pagamento por 12 meses em troca do pagamento adiantado de 2 bilhões de reais e garantias extras, disseram duas das fontes.

Em princípio, os bancos não ajustariam os custos dos empréstimos, porque o risco de a JBS não conseguir honrar com as dívidas permanece muito baixo, de acordo com uma das fontes, que pediu anonimato porque o plano ainda não é público. A agência de notícias Bloomberg noticiou em 12 de julho que um acordo definitivo tinha sido alcançado.

A JBS disse em comunicado que a companhia "mantém um relacionamento de longo prazo com as instituições financeiras, com as quais tem mantido discussões produtivas e construtivas."

Os bancos não quiseram comentar..

Um acordo de refinanciamento é fundamental para sanar preocupações de uma possível perda de liquidez na JBS, cujos custos de empréstimos dispararam após a família Batista ter fechado acordos de leniência e delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da operação Lava Jato.

As ações da JBS acumulam perda de 24 por cento desde que os irmãos Wesley e Joesley Batista fecharam o acordo com o MPF em meados de maio. O preço do bônus em dólar com cupom de 7,75 por cento e vencimento em outubro de 2020 da empresa despencou no período, levando o rendimento a alcançar o seu maior patamar a 12,5 por cento. Nesta sessão, o título oferecia rendimento de 8,4543 por cento ao ano.

O presidente da companhia, Wesley Batista, o mais velho dos irmãos que controlam a JBS, está pessoalmente negociando o refinanciamento da dívida e a venda de ativos para levantar recursos, disseram as fontes.

Os bancos privados mostram cautela em meio à pressão dos credores estatais de remover os Batista do comando da processadora de alimentos, segundo duas fontes.

O Itaú mostrou receio em refinanciar os empréstimos concedidos à JBS no início das conversas, exigindo o pagamento imediato de uma linha de 1 bilhão de reais preste a vencer, disseram as fontes. O Itaú não está participando de nenhuma venda de ativos da JBS, disse uma das fontes.

A remoção dos Batista tornou-se tem sido defendida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal, informou a Reuters em 22 de junho. O BNDES possui cerca de 22 por cento da JBS por meio de seu braço de investimento BNDESPar.

A Caixa é o maior credor da JBS.

A analista do JPMorgan Securities Natalia Corfield estima que a dívida bancária da JBS tenha alcançado 24,3 bilhões de reais ao fim de março, dos quais 17,5 bilhões de reais vencem dentro dos próximos 12 meses. A dívida total da empresa, incluindo títulos de dívida, era de quase 59 bilhões de reais.

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