Para chegar aos resultados esperados, a empresa vai combinar o aumento de capacidade instalada, maiores preços e maior demanda por exportação (John Blake)
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2011 às 15h20.
São Paulo - A JBS pretende encerrar o ano de 2011 com um faturamento de 40 bilhões de dólares. Do total previsto para esse ano, a empresa acredita que 28 bilhões de dólares será o faturamento nos Estados Unidos.
Para chegar a essa receita a empresa aposta na combinação entre aumento de capacidade instalada, maiores preços e maior demanda por exportação. Wesley Batista, presidente da JBS S/A destacou a competitividade da operação nos Estados Unidos, que hoje produz frango mais barato que o Brasil, segundo o executivo.
No quarto trimestre, 45% das receitas vieram da operação de bovinos nos Estados Unidos e Austrália, 10% suíno nos EUA e 22% em aves nos EUA. Hoje, 66% das receitas da empresa são domésticas e 24% de exportações. No ano, a maior parcela das vendas da empresa se deu no Oriente Médio e na Ásia, seguido pelo México. Em 2010 a receita líquida foi de 55 bilhões de reais.
A empresa acredita que o preço das commodities continuará alto. “Não é razoável ver Brasil, China, os emergentes crescendo como estão e, por outro lado, você não vê a produção crescendo no mesmo ritmo. Acreditamos que os preços vão continuar altos devido a demanda”, disse. O que deixa o Brasil menos competitivo nos bovinos é o câmbio, segundo Batista. O valor de mercado da JBS hoje é de 10 bilhões de dólares.
Prejuízo em 2010
Batista explicou que o prejuízo da empresa em 2010, apresentado no balanço da CVM como 264 milhões de reais deve-se ao pagamento de um prêmio por ter debêntures. “É parte da compra de um ativo”, explicou Batista. Descontado esse pagamento, o lucro líquido da empresa foi de 280 milhões de reais.
“Uma emissão de debêntures tem todo um trabalho jurídico, a idéia é que a cláusula do IPO não exista mais”, disse Batista. Haverá mais uma troca de debêntures. “Tanto o BNDES, quanto o acionista do JBS, quanto a JBS acham que esse não é o momento de fazer o IPO nos Estados Unidos”, disse.
Sara Lee
“Minha mulher não agüenta ouvir falar em Sara”. A Sara Lee tem o segmento de carnes e de café. “Não sei o que pode acontecer, ela é um grande cliente nosso”. A empresa tem o perfil buscado pela JBS para possíveis aquisições - marca, boa distribuição e valor agregado - “várias empresas tem esse perfil”, disse Batista, "Nunca soubemos que a Sara Lee estava à venda", desconversou.