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JBS avalia assumir Frangosul pagando dívidas

A empresa, no entanto, não tem uma avaliação sobre o tamanho da dívida total da Doux Frangosul

Informação foi dada pelo presidente da maior companhia de carne bovina do mundo, Wesley Batista (Divulgação)

Informação foi dada pelo presidente da maior companhia de carne bovina do mundo, Wesley Batista (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2012 às 20h03.

São Paulo - O JBS poderá adquirir os ativos da Doux Frangosul no Brasil por meio de um acordo que inclua a assunção de dívidas da controlada da empresa francesa, disse nesta segunda-feira o presidente da maior companhia de carne bovina do mundo, Wesley Batista.

A companhia presidida por Wesley Batista, que anunciou na sexta-feira acordo para arrendar as unidades da Frangosul, entrando na produção de frango no Brasil, tem opção de compra dos ativos.

Segundo Batista, dependendo do valor do passivo, a empresa assumiria as dívidas e pagaria mais 1 dólar aos donos da Doux. O endividamento da empresa é estimado pelo mercado entre 500 e 600 milhões de dólares.

"A JBS compraria a empresa... pagaria um dólar simbolicamente ao acionista, basicamente... Caso os passivos estejam em valor que interesse ao JBS...", disse Batista, em teleconferência com analistas.

O JBS não tem uma avaliação sobre o tamanho da dívida total da Frangosul.

Mas, pelo acordo para arrendar os ativos da Frangosul, o JBS pagará a dívida da empresa de 150 milhões de reais junto a integrados e pequenos prestadores de serviços, como parte do acordo.

"Vamos assumir todos os contratos com integrados, vamos pagar dívida com os integrados, um negócio importantíssimo dentro da cadeia produtiva. É um negócio que a JBS considera um bom negócio e uma ótima solução para a empresa (Frangosul), que vinha enfrentando dificuldades...", disse Batista.

Segundo ele, o arrendamento das plantas de aves é uma oportunidade de entrar no segmento de frango "com escala" e a um custo baixo.

"Não estamos assumindo passivo, é uma forma que a JBS considera muito barata para ampliar o negócio de aves dela." De acordo com Batista, o retorno que "a gente espera do capital, que é capital de giro, é altíssmo".

"Acreditamos ser capazes de operar esse negócio com margem Ebitda de 10 por cento", ressaltou.

Uso da capacidade

Segundo presidente, o JBS prevê atingir em meados de setembro a utilização da capacidade total das unidades de frango arrendadas junto à Frangosul.


Ele disse que a empresa começa a realizar o alojamento de aves a partir dessa semana.

A capacidade total de produção é de 1,1 milhão de unidades por dia.

"1,1 milhão, não é pequeno, (a Frangosul) não é a líder, mas está entre as maiores do Brasil", disse Batista.

Com a Frangosul, o JBS (que conta com operações de frango nos EUA) elevará sua capacidade de produção no mundo em 15 por cento, para 9 milhões de aves por dia.

Segundo Batista, inicialmente a companhia deverá manter em 75 por cento o "mix" do total da produção das unidades que segue para a exportação.

E a empresa espera se beneficiar dos canais de distribuição já abertos pelas operações de bovinos.

"Vamos capturar sinergias, temos vendas e distribuição para que a unidade de aves possa ganhar benefícios e sinergias", declarou.

Suínos

O contrato para locação dos ativos inclui ainda a unidade de suínos da Frangosul. A unidade localizada em Ana Rech tem capacidade de abate de 3 mil cabeças dia e produziu pouco mais de 55 mil toneladas de carne suína em 2010, número mais recente apresentado durante a teleconferência.

O ativo foi alvo de interesse de compra da Brasil Foods em setembro do ano passado, mas o negócio não foi concluído. A unidade de suínos em Ana Rech atualmente produz para a BRF, segundo matéria do jornal Valor Econômico desta segunda-feira.


Procurada pela Reuters, a Brasil Foods informou que não cometará o assunto.

Contudo, uma fonte familiar com as negociações disse que o tema foi pauta de reunião recente.

"O assunto foi discutido pelos executivos das companhias (JBS e BRF) antes do anúncio, mas não foram previstas alterações... fica tudo como está", afirmou. Segundo esta fonte, as empresas preveem voltar a discutir o assunto, mas a data ainda não está definida.

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