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JBS ameaça processar BNDES por declarações de Rabello de Castro

Em carta endereçada ao presidente do BNDES, cuja cópia foi obtida pela Reuters, a JBS notifica que poderá tomar medidas legais

Paulo Rabello de Castro: ele disse que vê "malandragem" na reunião do conselho de administração da JBS (Pilar Olivares/Reuters)

Paulo Rabello de Castro: ele disse que vê "malandragem" na reunião do conselho de administração da JBS (Pilar Olivares/Reuters)

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Reuters

Publicado em 19 de setembro de 2017 às 16h59.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às 18h03.

São Paulo - A JBS avisou nesta terça-feira o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu braço de participações BNDESPar que pode tomar medidas legais contra ambos após declarações críticas do presidente do banco de fomento, Paulo Rabello de Castro, feitas na véspera.

Em carta da empresa de carne processada endereçada a Rabello de Castro, cuja cópia foi obtida pela Reuters, a JBS notifica que poderá tomar medidas legais junto ao "Ministério Público, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao Poder Judiciário e à Câmara de Mercado da B3".

No documento, a JBS cita trecho de entrevista concedida por Rabello de Castro à Reuters, na qual ele vê "malandragem" na reunião do conselho de administração da JBS, no sábado à noite, que elegeu José Batista Sobrinho como presidente-executivo da companhia, no lugar do filho Wesley Batista, preso desde quarta-feira passada por insider trading.

Consultado, o BNDES afirmou que não se manifestaria sobre a carta, já que ainda não a havia recebido.

O anúncio da JBS pode abrir uma guerra judicial contra o BNDES, que por meio do BNDESPar detém 21,3 por cento da companhia, sendo a maior acionista fora do grupo controlador, a própria família Batista.

Em 15 de agosto, o BNDES pediu abertura de processo de responsabilidade contra os Batista e outros ex-executivos da JBS por prejuízos causados à companhia.

Isso além da defesa aberta pela saída da família Batista do comando executivo da empresa, desde que executivos da JBS, fizeram um acordo de delação premiada, no qual admitiram ter corrompido mais de mil políticos para que eles defendessem os interesses da empresa.

A pressão sobre os Batista cresceu após Wesley ter sido preso na semana passada pela Polícia Federal, sob a acusação de que, junto com seu irmão Joesley, teria usado informações privilegiadas para ganhar dinheiro no mercado financeiro. Joesley já tinha se entregado à PF, junto com o ex-executivo da J&F Ricardo Saud, em outra ação.

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