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Iveco abre 1ª fábrica de blindados militares no Brasil

A fábrica, construída em Sete Lagoas (MG) onde a Iveco já produz caminhões, foi inaugurada com capacidade para cerca de 120 veículos por ano


	A unidade produz o blindado Guarani, desenvolvido em parceria com o Exército do Brasil
 (Divulgação)

A unidade produz o blindado Guarani, desenvolvido em parceria com o Exército do Brasil (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 17h38.

São Paulo - A Iveco inaugurou nesta quinta-feira a primeira fábrica de veículos blindados militares sobre rodas do país, de olho em esforços do governo para incentivar uma retomada da indústria bélica nacional, que passou por forte declínio no final dos anos de 1980.

A fábrica, construída no complexo industrial da Iveco em Sete Lagoas (MG) onde a italiana já produz caminhões, foi inaugurada com capacidade para cerca de 120 veículos por ano, que poderá ser ampliada para 200 unidades anuais se a companhia conseguir fechar novos contratos com forças militares de outros países.

A unidade produz o blindado Guarani, desenvolvido em parceria com o Exército do Brasil. O veículo de seis rodas substituirá o Urutu, modelo também de seis rodas que era fabricado pela brasileira Engesa antes do colapso da companhia em 1993.

A Iveco, unidade da Fiat Industrial, atualmente está em negociações avançadas para a venda de lote de 14 Guaranis para o Exército da Argentina. O fechamento dos contratos depende da adoção em definitivo do veículo pelo exército brasileiro, algo que deve ocorrer entre setembro e outubro.

"O Exército argentino está pronto para fechar o negócio", disse o diretor geral da divisão de veículos especiais para América Latina da Fiat Industrial, Paolo Del Noce. "O valor será o mesmo do acertado no Brasil, cada veículo tem preço de 2,6 milhões de reais", acrescentou.

Segundo ele, a fábrica da Iveco em Sete Lagoas é a única da Iveco a produzir blindados militares de seis rodas no mundo e a intenção da companhia é tornar a unidade um polo exportador.

Além da Argentina, a Iveco também está conversando com governos do Chile e Colômbia e na África com Senegal e Angola.

"Angola e Senegal mostraram interesse e acho que vamos fazer novos encontros com eles, creio que ainda neste ano", disse o executivo.

A construção da fábrica, em que a Iveco investiu 55 milhões de reais, foi possível depois que a empresa acertou uma parceria com o Exército brasileiro em 2007 que culminou com pedido de 100 unidades anuais do Guarani com entregas previstas para os próximos 20 anos, num dos maiores contratos já obtidos pela Iveco no segmento militar. Um primeiro lote de 86 unidades deve ser entregue até março de 2014.


"Todos os países da América Latina estão se equipando e modernizando como o Brasil está fazendo (...) Uma potência econômica e industrial como o Brasil é claro que não quer ter momentos de confronto com outros países, mas tem que se preparar para se proteger. Além disso, tem também eventuais necessidades em operações de paz", disse o executivo.

Além do Guarani, a Iveco avalia possibilidade de começar a produzir também o caminhão militar Trakker e o jipe militar LMV em Sete Lagoas. Segundo Noce, o LMV e o Trakker estão sendo testados pelo Exército brasileiro no Rio de Janeiro.

"São dois veículos que consideramos interessantes para o Exército brasileiro e para a América Latina também (...) Se os testes forem bem sucedidos vamos ver se há possibilidade de vender e, nesse caso, vamos produzir aqui", afirmou.

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