Itaú: o banco observa a melhoria na inadimplência de pessoas físicas e o movimento contrário em pessoas jurídicas (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2011 às 13h37.
São Paulo - O Itaú prevê uma deterioração no índice de inadimplência em 2011. Considerando atrasos acima de 90 dias, o banco manteve esse índice em 4,2% no primeiro trimestre de 2011 - o mesmo do final de 2010 e levemente inferior aos 4,8% do primeiro trimestre de 2010. A previsão é que o número cresça para algo em torno de 4,5% nos próximos trimestres.
“Já havíamos mencionado que víamos um cenário de leve aumento da inadimplência esperada para o ano de 2011, isso vem geralmente do aumento da inflação”, disse Rogério Calderón, diretor de controladoria corporativa e relações com investidores, em teleconferência realizada hoje (3/4), com jornalistas.
O motivo para o aumento do índice está no mercado e na composição da carteira do banco, segundo o executivo. “Quando olhamos nosso volume de atraso ele é impactado pelo movimento de mercado e composição na nossa carteira, mas essa tendência está associada a condições macroeconômicas, ela não se verifica só nos nossos números”, afirmou Calderón.
Pessoa jurídica
O índice de 4,2% agrega os resultados em pessoas físicas e em pessoas jurídicas. O banco observa um movimento de melhoria em pessoas físicas por causa mix de sua carteira, que oferece, nesse segmento, produtos de maior nível de segurança, segundo o banco. Já em pessoas jurídicas, o Itaú observa o movimento contrário, especialmente por causa das pequenas e médias empresas.
“O crescimento da carteira no ano passado foi maior em pequenas e médias empresas do que em grandes. A inadimplência em pequenas e médias empresas é maior do que nas grandes. Na medida em que mudamos o perfil de composição de carteira dá-se esse efeito nos nosso números”, disse Calderón. Nas operações com pessoas físicas, o índice de inadimplência ficou em 5,7% - abaixo dos 5,8% de dezembro de 2010 e dos 6,7% de março do ano passado. No entanto, em pessoas jurídicas, o índice subiu de 2,9% no final de 2010 para 3,1% em março de 2011 – ainda abaixo dos 3,3% do primeiro trimestre de 2010.
O banco afirma que captura os movimentos que estão por aparecer nos índices, de forma a antecipar essa tendência. “Isso nos beneficia em modelos de precificação e dá oportunidade de antecipar a expectativa de perdas que virão no futuro e gerar reservas maiores para o banco”, afirmou Calderón. O saldo da provisão para devedores duvidosos (PDD) complementar subiu 221 de reais no final do primeiro trimestre. O saldo da provisão mínima exigida pelo Banco Central (BC) caiu 306 milhões de reais no período.