Rede: Roberto Setubal disse que a instituição está satisfeita com o resultado da Rede (Jair Magri/Guia Quatro Rodas)
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 14h56.
São Paulo - O foco do Itaú Unibanco na área de adquirência são as médias empresas do varejo, nas quais as margens são melhores, e não as grandes do setor, de acordo com o presidente da instituição, Roberto Setubal.
Ele disse que a instituição está satisfeita com o resultado da Rede (ex-Redecard) e que a empresa encerrou 2014 com ganho de fatia de mercado.
Sem revelar números, ele afirmou que o objetivo do banco vai além de aumento de participação de mercado.
"Terminamos o ano de 2014 muito melhores do que iniciamos. Melhoramos qualidade de serviços e ganhamos market share no segundo semestre. Estamos muito satisfeitos", afirmou Setubal, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 3.
O executivo admitiu, contudo, que a Rede tem capacidade de melhorar a qualidade de seus serviços.
Crédito consignado
Sobre o crédito consignado, no qual o Itaú tem uma joint venture com o mineiro BMG, Setubal disse que o banco também está otimista e satisfeito.
Segundo ele, a parceria, feita há cerca de dois anos teve importante contribuição no crescimento da carteira no ano passado, de quase 80%.
Para este ano, considerando a conjuntura e o ritmo de crescimento do crédito consignado, o presidente do Itaú afirmou que a expansão deve desacelerar, mas ainda ser na casa dos dois dígitos.
"Nesse ano, consolidamos nossa parceria, mas ainda estamos fazendo ajustes finais na melhoria da qualidade dos serviços e em pequenos procedimentos. Esperamos um crescimento forte em 2015", disse ele, sem revelar números.
O crescimento do crédito consignado, de acordo com o executivo, é um dos motores para elevar empréstimos às pessoas físicas mais do que às empresas neste ano.
"Com a economia praticamente com crescimento zero, crescer 15%, 20% é bastante bom", concluiu ele, referindo-se ao consignado.
Basileia III
O Itaú Unibanco já possui o capital necessário para fazer frente às novas regras de capital, batizadas de Basileia III, e não pretende emitir dívida para este fim, segundo Setubal.
Em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, a instituição divulgou hoje estimativa para o índice considerando a regulamentação.
Caso o banco a aplicasse integralmente, considerando a base de capital atual, o capital principal (Common Equity Tier I) seria de 11,9% no quarto trimestre ante 11,6% nos três meses anteriores.
O índice de Basileia consolidado operacional do Itaú Unibanco fechou dezembro em 16,9%, aumento de 0,3 ponto porcentual ante setembro e também na comparação anual.
O indicador está acima do mínimo exigido pelo Banco Central, de 11%, e mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer o seu capital.
"Esse crescimento ocorreu principalmente em função da geração de resultados, que gerou aumento de 4,1% no Patrimônio de Referência, além do menor crescimento da exposição total ponderada pelo risco (RWA, na sigla em inglês), que foi de 2,2% em relação a setembro de 2014", explica o Itaú, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
A Basileia da instituição, conforme o documento, aponta um excesso de capital de R$ 45,3 bilhões, o que permite a expansão de até R$ 411,8 bilhões em ativos de crédito, considerando a ponderação pelo risco de 100%.
Do indicador registrado no quarto trimestre, 12,5% correspondem ao capital de nível I, de melhor qualidade. Os outros 4,4% equivalem ao capital de nível II.
O Patrimônio de Referência do Itaú somou R$ 129,790 bilhões ao fim de dezembro, aumento de R$ 5,066 bilhões em relação a 30 de setembro de 2014.
Esse incremento ocorreu principalmente em função do crescimento no Patrimônio de Referência Nível I, segundo o Itaú. Em um ano, subiu R$ 4,647 bilhões.