BP: acordo enfrenta a oposição do KRG, no entanto, que rejeitou os planos do pacto como ilegal quando Bagdá revelou o acordo preliminar com a BP em janeiro (Chris Ratcliffe/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2013 às 11h29.
Seul/Londres - Bagdá firmou um acordo com a BP no início de setembro para reviver o campo petrolífero de Kirkuk, no norte do Iraque, disse o ministro do Petróleo do país, Abdul Kareem Luaibi, nesta quarta-feira, confirmando um plano que o Curdistão já rejeitou sob alegações de ser ilegal.
O acordo permite a importante petrolífera britânica --que já opera o maior campo do Iraque, Rumaila-- a negociar o acesso a expressivas reservas no norte, em troca de ajudar Bagdá a deter um enorme declínio na produção de Kirkuk.
"Nós assinamos uma carta de intenções há cerca de dez dias", disse Luaibi à Reuters nos bastidores de uma reunião de ministros de Energia na Coreia.
A Reuters informou no final de agosto que a BP iria trabalhar no lado de fronteira com o Curdistão que é administrado por Bagdá, enquanto o grupo curdo iraquiano KAR está desenvolvendo uma formação sob o controle do Governo Regional do Curdistão (KRG, na sigla em inglês).
"Estamos muito satisfeitos com este acordo", disse um porta-voz da BP.
O acordo enfrenta a oposição do KRG, no entanto, que rejeitou os planos do pacto como ilegal quando Bagdá revelou o acordo preliminar com a BP em janeiro.
"A posição do KRG sobre esta questão permanece inalterada", disse um porta-voz da Ministério de Recursos Naturais do KRG nesta quarta-feira, em resposta ao acordo com a BP.
"Nenhuma empresa será autorizada a trabalhar em qualquer parte dos territórios disputados, incluindo Kirkuk, sem a aprovação formal e envolvimento do KRG".
O redesenvolvimento de Kirkuk é parte de um esforço mais amplo de Bagdá para resgatar o setor de petróleo do Iraque de décadas de guerras e negligência.
O petróleo representa a maior parte das receitas e ganhos cambiais do governo iraquiano, e as autoridades estabeleceram uma meta de produção de 3,4 milhões de barris por dia (bpd) para o final de 2013.
O cada vez mais influente membro da Opep produz atualmente 3,25 milhões de barris por dia, disse Luaibi a repórteres antes de uma reunião dos ministros asiáticos do Petróleo da Ásia, em Seul.
O país está exportando 2,5 milhões de barris ao dia, segundo Luaibi, ante 2,58 milhões em agosto.