Transformando grandes volumes de dados em insights valiosos, a tecnologia ajuda a avaliar a eficácia dos canais de contratação e as tendências do mercado de trabalho. (Bain & Co/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 16h30.
Com o mercado global de inteligência artificial (IA) projetado para alcançar US$ 990 bilhões (cerca de R$ 5,4 trilhões) até 2027, segundo a consultoria Bain & Company, empresas que adotam essa tecnologia estão liderando a transformação em inovação e competitividade. Uma das áreas mais impactadas é a de recrutamento, onde a IA está revolucionando os processos de seleção.
A adoção de ferramentas como aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural (NLP) e IA generativa está otimizando os fluxos de contratação, reduzindo custos e aprimorando a experiência de recrutadores e candidatos. Na prática, essas tecnologias permitem automatizar tarefas como triagem inicial de currículos e avaliação de competências, liberando os profissionais para se dedicarem a atividades mais estratégicas, como engajamento com candidatos e desenvolvimento de talentos.
“Essas ferramentas se tornam grandes aliadas ao liberar mais tempo para nos dedicarmos ao desenvolvimento de pessoas, a uma análise mais aprofundada dos perfis dos candidatos e, por fim, à valorização da marca”, afirma Érica Dias, diretora sênior de Talent Acquisition para a América do Sul na Bain & Company. Segundo a executiva, ao analisar grandes volumes de dados, a IA facilita a identificação de candidatos qualificados, tornando a pré-seleção mais rápida e assertiva.
Outra grande vantagem da IA no recrutamento é a sua capacidade de descobrir talentos passivos — profissionais que ainda não estão buscando novas oportunidades. Analisando dados de redes sociais e plataformas públicas, a tecnologia pode identificar potenciais candidatos e construir pipelines de talentos para necessidades futuras. Esse recurso torna o processo de atração mais estratégico, permitindo que as empresas se antecipem às demandas do mercado.
No entanto, apesar das vantagens, a integração da IA ao recrutamento exige cuidado. A despersonalização de currículos, que foca apenas em competências e elimina dados como nome e gênero, é uma forma de minimizar vieses inconscientes. Ainda assim, os algoritmos operam com base em dados preexistentes, o que pode perpetuar desigualdades se não forem monitorados de forma adequada.
Olhando para o futuro, líderes em recrutamento enxergam a IA como uma ferramenta essencial para o planejamento de talentos. Transformando grandes volumes de dados em insights valiosos, a tecnologia ajuda a avaliar a eficácia dos canais de contratação e as tendências do mercado de trabalho.
Contudo, o desafio maior continua sendo equilibrar tecnologia e humanidade. A adoção ética dessas ferramentas será decisiva para construir um mercado de trabalho mais eficiente, justo e inclusivo. “Quando o toque humano entra na jogada, ele ainda tem muito valor, especialmente na análise de aspectos comportamentais”, conclui Érica Dias.