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Intel compra Altera e impulsiona transações no setor

A Intel comprou a Altera por US$ 16,7 bilhões, uma transação que elimina mais uma fabricante de chips e intensifica um ano recorde para o setor


	Sede da Intel: 2015 já é um ano recorde para as transações no setor de semicondutores
 (Wikicommons)

Sede da Intel: 2015 já é um ano recorde para as transações no setor de semicondutores (Wikicommons)

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2015 às 18h01.

São Francisco - A Intel Corp. disse que decidiu comprar a Altera Corp. por US$ 16,7 bilhões, em uma transação que vai eliminar mais uma fabricante de chips e intensificar um ano recorde para a consolidação do setor.

A maior fabricante de chips do mundo vai pagar US$ 54 por ação à vista pela fabricante de semicondutores lógicos programáveis, disse a Intel, em um comunicado nesta segunda-feira.

Trata-se de um prêmio de 11 por cento sobre o preço das ações da Altera no encerramento da sexta-feira e de 56 por cento em relação a 26 de março, um dia antes que a possibilidade de uma transação fosse informada pela primeira vez.

Como outras fabricantes de chips, a Intel está buscando formas de mitigar a desaceleração do crescimento em meio à alta dos custos e tentando defender seu negócio mais rentável.

A maior aquisição da história do setor de semicondutores, avaliado em US$ 300 bilhões, foi anunciada na semana passada, quando a Avago Technologies Ltd. decidiu comprar a Broadcom Corp. por US$ 37 bilhões.

“As equipes de gestão estão analisando suas empresas e preveem pouco crescimento no futuro”, disse Gus Richard, analista da Northland Securities Inc. “A onda de fusões e aquisições se deriva da tentativa de impulsionar o crescimento dos lucros. A aquisição da Altera pela Intel é uma das poucas medidas estratégicas em andamento hoje”.

Com a compra da Altera pela Intel e a transação entre a Avago e a Broadcom, 2015 já é um ano recorde para as transações no setor de semicondutores.

A transação aumentará os lucros por ação fora dos princípios contábeis (GAAP) e o fluxo livre de caixa da Intel no primeiro ano depois de ser concluída, provavelmente daqui a seis a nove meses, disse a empresa. A operação será financiada com dinheiro e dívidas.

Rejeição

A Altera já tinha rejeitado um lance da Intel, o que incentivou alguns acionistas a pressioná-la para que reconsiderasse a oferta que, segundo eles, avaliava a empresa em um montante maior do que ela valeria por conta própria.

A Intel vem tentando crescer fora do mercado de computadores pessoais, que vem caindo desde que atingiu um pico em 2011.

Os chips da Altera são utilizados em diversos mercados, como o de comunicações e o de produtos eletrônicos destinados ao consumidor.

A função dos dispositivos da Altera pode se atualizar mesmo que eles estejam instalados em dispositivos finais. Apesar de serem vendidos em volumes relativamente pequenos, os dispositivos de lógica programável normalmente exigem as últimas novidades em matéria de tecnologia de produção porque são alguns dos maiores chips no setor.

O CEO da Intel, Brian Krzanich, está tentando encontrar outros clientes além de sua própria divisão de chips para a rede fabril da Intel, que, segundo a empresa, é a mais avançada do setor.

A aquisição da Altera poderia ajudar a Intel a defender e expandir seu negócio mais rentável: o fornecimento de chips para servidores utilizados em centros de dados.

As vendas de semicondutores para PC estão caindo porque cada vez mais consumidores usam tablets e smartphones para acessar a internet, mas os centros de dados necessários para produzir em série a informação e os serviços para esses aparelhos móveis estão encabeçando os pedidos dos processadores mais exclusivos da Intel e sustentando a rentabilidade.

As vendas da divisão de centros de dados da Intel aumentaram 19 por cento no primeiro trimestre. Empresas como Google Inc. e Facebook Inc. expandiram suas operações com servidores.

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