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Esta mineira transformou o salário de R$ 1 mil em um negócio de R$ 3 milhões

De Belo Horizonte, o e-commerce Insania cresce aceleradamente com o foco em vestidos longos e estampas exclusivas

Stephanie Carvalho e Lucas Daros, sócios da Insania: e-commerce de vestidos longos planeja faturar R$ 7 milhões em 2025

Stephanie Carvalho e Lucas Daros, sócios da Insania: e-commerce de vestidos longos planeja faturar R$ 7 milhões em 2025

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 07h40.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2025 às 12h11.

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No competitivo mercado de moda, poucas marcas conseguem crescer de forma acelerada e construir uma base fiel de clientes. Para isso, não basta apenas vender roupas — é preciso criar uma identidade forte e gerar conexão com o público. Esse foi o caminho seguido pela Insania, marca de vestidos longos fundada em Belo Horizonte.

Criada em 2019 por Stephanie Carvalho, a empresa começou com um investimento modesto. Na época, ela ganhava R$ 1.045 por mês e usava parte desse dinheiro para comprar tecidos e produzir os primeiros modelos. Com a ajuda do noivo, Lucas Daros, que mais tarde se tornaria seu sócio, foi vendendo peças em feiras e tentando estruturar o negócio.

Os primeiros passos não foram fáceis. Antes de consolidar a marca no e-commerce, o casal chegou a abrir uma loja física, mas precisou fechar as portas em menos de três meses. “Foi um baque, mas também um aprendizado. Percebemos que o caminho para crescer seria o digital”, diz Carvalho.

Anos depois, a Insania faturou R$ 2,5 milhões em 2023 e garantiu o 21º lugar na categoria de empresas com receita entre 2 e 5 milhões de reais no ranking EXAME Negócios em Expansão 2024.

Do salário mínimo ao primeiro milhão

A virada aconteceu em 2019, quando Stephanie abandonou a revenda de peças e decidiu criar sua própria linha de vestidos longos. Com o dinheiro do seu salário e apoio do noivo, ela começou a investir na produção de modelos exclusivos.

O diferencial da Insania está na especialização em vestidos longos, com cortes sofisticados e estampas exclusivas. “Não queria vender qualquer roupa, queria algo que tivesse valor agregado e uma identidade forte”, conta Stephanie. A primeira coleção, chamada Meu Interior, foi inspirada em suas raízes mineiras. Cada vestido tinha um nome ligado a uma cidade do estado, como Ouro Preto e Tiradentes.

Com a chegada da pandemia em 2020, veio o medo do fracasso. Mas, ao contrário do esperado, a marca deslanchou. "Em janeiro daquele ano, eu vendia quatro peças por mês. Em julho, já estávamos faturando mais de R$ 100 mil", diz Carvalho. O crescimento acelerado fez com que Lucas deixasse o outro negócio que mantinha — uma barbearia — para se dedicar totalmente à empresa.

Comunidade dos sonhos

O crescimento da Insania não veio só da estética dos vestidos, mas da forma como a marca se conectou com as clientes. “Nosso diferencial é criar uma experiência completa. Não vendemos apenas vestidos, vendemos os 'Longos dos Sonhos'”, explica Stephanie.

Cada peça acompanha uma carta escrita à mão e é pensada para gerar um impacto visual forte. “Sempre digo que nosso vestido precisa ter o 'fator uau'. A cliente precisa se olhar no espelho e se sentir especial”, afirma a empresária.

Além disso, a marca construiu uma comunidade fiel de consumidoras. Hoje, 50% das vendas vêm de clientes que já compraram antes, e algumas consumidoras acumulam mais de 70 peças da marca. "Criamos um grupo VIP no WhatsApp para as clientes mais engajadas, onde damos spoilers das novas coleções. Esse contato próximo faz toda a diferença", diz a empreendedora.

Apesar de ter um showroom na orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, a maioria das vendas acontece pelo e-commerce. "Ainda quero abrir uma loja física, mas primeiro quero escalar mais no online", explica.

O foco agora é aumentar a produção e alcançar novos clientes. A Insania teve faturamento de R$ 4,5 milhões em 2024 e projeta chegar a R$ 7 milhões em 2025. "Cada coleção que lançamos traz novas pessoas para dentro da nossa comunidade, e quem compra, volta a comprar. Esse é o nosso segredo", diz a mineira.

O que é o ranking EXAME Negócios em Expansão

O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses. Em 2024, a pesquisa avaliou as empresas brasileiras que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2023. A análise considerou os negócios com faturamento anual entre 2 milhões e 600 milhões de reais.

A edição 2025 já está com inscrições abertas. A participação é 100% gratuita. As inscrições vão até 5 de maio, mas quem concluir o cadastro antes de 31 de março ganhará o acesso a uma trilha de conteúdos online dedicados a empreendedores dentro da plataforma LIT, da escola de negócios Saint Paul. Entre os conteúdos estão inteligência artificial, sustentabilidade corporativa, gestão de times de alta performance, capital de giro e gestão do fluxo de caixa, marketing digital e cenário econômico.

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