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Inquilinos vão para Justiça contra Airbnb por aluguéis mais caros

Nos 20 bairros mais populares listados no Airbnb em Nova York, os aluguéis subiram quase o dobro do registrado em toda a cidade entre 2011 e 2015

Airbnb: em muitas cidades, pessoas de classe média em busca de residências para morar estão sentindo o impacto (Getty Images/Getty Images)

Airbnb: em muitas cidades, pessoas de classe média em busca de residências para morar estão sentindo o impacto (Getty Images/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2016 às 17h53.

Última atualização em 27 de dezembro de 2016 às 18h15.

Em um bairro renovado de San Francisco, um casal desce de um táxi e caminha em direção a um apartamento puxando suas malas de viagem. Michael Joffe, um detetive particular, desconhecido pelo casal, estaciona seu carro do outro lado da rua, discretamente tirando fotos.

Não se trata de um caso de divórcio à espera de algum evento ou uma manobra de um espião internacional. Nada tão inapropriado ou misterioso.

Em vez disso, trata-se de um caso que fornece uma pista de quão amarga se tornou a disputa entre inquilinos desesperados e sites de compartilhamento de residências, como o Airbnb.

Joffe trabalha para o advogado de um inquilino, que por sua vez representa uma família que foi despejada de seu apartamento — o mesmo no qual o casal estava entrando naquele dia.

O objetivo da investigação era descobrir e documentar, com provas conclusivas, que o proprietário do apartamento está violando as leis municipais e usando residências privadas para aluguéis de curta temporada.

Esse tipo de investigação é um trabalho muito lucrativo atualmente em San Francisco, a cidade que serve de exemplo para a falta de moradia acessível nos Estados Unidos.

Medidas apaziguadoras

O Airbnb contesta os dados de que o compartilhamento de residências teria reduzido significativamente a disponibilidade de moradias para pessoas de baixa renda e da classe média, culpando, em vez disso, o aumento da demanda e as restrições para a construção de novas propriedades.

Porém, nas últimas semanas, a empresa tem adotado medidas para tranquilizar as autoridades, um sinal de que talvez as ações extremas que vêm sendo adotadas pelos inquilinos tenham contribuído para influenciar o debate.

Em novembro, por exemplo, o Airbnb instituiu a política “um anfitrião, uma casa” em San Francisco e Nova York, como forma de intimidar investidores que possam estar colecionando apartamentos para anunciar em sites de aluguéis de curta temporada.

Em muitas cidades, pessoas de classe média em busca de residências para morar estão sentindo o impacto.

Em Nova York, um estudo publicado em junho por duas organizações não governamentais que defendem moradias a preços acessíveis, revelou que, nos 20 bairros mais populares listados no Airbnb em Manhattan e no Brooklyn, os aluguéis haviam subido quase o dobro do registrado em toda a cidade entre 2011 e 2015.

Aluguel médio

Um grupo de voluntários com sede em Nova Orleans também publicou um estudo mostrando que o aluguel médio de uma residência inteira listada no Airbnb na cidade era de US$ 251 por noite, comparado com uma média de US$ 26 por noite para um inquilino de longo prazo.

Diante das pressões de autoridades, o Airbnb decidiu cooperar com os limites para compartilhamento de residências em Londres e Amsterdã e arquivou um processo que contestava multas impostas contra residentes em Nova York, que estavam ilegalmente alugando apartamentos para curta temporada.

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