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Infinity prepara reestruturação e vai mudar de nome

Até o final do ano, a empresa pretende sair da recuperação judicial em que se encontra desde 2009

O Grupo Bertin possui hoje 71% do capital da Infinity com o restante das ações estando pulverizado (Divulgação)

O Grupo Bertin possui hoje 71% do capital da Infinity com o restante das ações estando pulverizado (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2011 às 08h15.

São Paulo - A Infinity Bioenergy, produtora de açúcar e álcool controlada pelo Grupo Bertin desde março de 2010, prepara uma reestruturação operacional que inclui a mudança de sua estratégia de negócios original, venda de unidades e até a alteração de seu nome, de acordo com o presidente da companhia, Douglas Oliveira.

Até o final do ano, a empresa pretende sair da recuperação judicial em que se encontra desde 2009. "Saindo da recuperação, vamos mudar nosso nome, que carrega uma imagem negativa por conta dos problemas de administração que teve no passado", disse. O objetivo é ter acesso a linhas de crédito governamental que não estavam disponíveis em função da recuperação.

A empresa também vai deixar oficialmente de ser apenas de bioenergia - produzindo etanol - e concentrar sua produção no açúcar. Oliveira chegou à empresa há um ano, com as usinas produzindo 72% de etanol e 28% de açúcar. "Já estamos produzindo nesta safra 51% de açúcar e 49% de etanol, e a expectativa é elevar o porcentual de açúcar ainda mais", diz. O executivo explica que, enquanto em um movimento de alta, os preços do açúcar sobem livremente, os do etanol estão presos ao teto de 70% do valor da gasolina. "Como o preço da gasolina está congelado, estrategicamente produzir açúcar torna-se essencial para nós."

Segundo ele, investimentos em cogeração não serão prioritários neste momento, em função dos baixos preços pagos pela energia. "Vender o bagaço para outras usinas é mais rentável."

Com seis usinas, Oliveira conta que a Usina Paraíso, localizada no sul de Minas Gerais, deve ser vendida. "A usina produz apenas etanol e é mais vantajoso vender a cana-de-açúcar para as empresas próximas que fazem açúcar que produzir o etanol", afirma. Com a venda da Paraíso, a Infinity deve concentrar seus investimentos nas suas outras cinco usinas, divididas em dois clusters. O primeiro, localizado em Mato Grosso do Sul, conta com a Usinavi, com capacidade de processamento de 3,2 milhões de toneladas de cana. O outro cluster contém as outras quatro usinas, localizadas na divisa entre os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, com capacidade total de moagem de 5,6 milhões de toneladas.

Neste momento, a empresa se prepara para a divulgação de seu primeiro balanço desde 2008 e conta com a auditoria da KPMG. No balanço da safra 2011/12, a empresa deverá registrar um faturamento líquido de R$ 612 milhões e um Ebitda (geração de caixa ) de R$ 108 milhões. O Grupo Bertin possui hoje 71% do capital da Infinity com o restante das ações estando pulverizado.

"Estamos arrumando a casa, pois queremos mais transparência para atrair novos investidores", diz. Para a empresa, o investimento prioritário neste momento será em cana-de-açúcar. A capacidade das cinco usinas ativas (descontando a Paraíso, que está parada) é de 8,8 milhões de toneladas, mas o processamento da atual safra 2011/12 deve atingir 6,5 milhões de toneladas. A meta é chegar a 17,5 milhões de toneladas até 2015.

O executivo explica que a dívida da Infinity atinge hoje R$ 482 milhões, dos quais R$ 17,5 milhões deverão ser impugnados, por não estarem comprovados.

Segundo ele, todos os credores estão sendo avaliados. "Cerca de 80% do trabalho já está pronto. Quando o levantamento estiver terminado, poderemos encerrar a recuperação judicial", diz. A primeira fase para deixar a recuperação judicial seria o pagamento dos pequenos credores, com dívidas de até R$ 1,5 mil. "Essas dívidas já foram pagas. O restante temos 5 anos de carência e outros 5 anos para pagar."

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