Unidade da Ambev em Guarulhos, São Paulo: para as operações brasileiras, a Ambev prevê que a receita líquida cresça entre um dígito porcentual alto e dois dígitos baixos no ano (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2014 às 09h18.
São Paulo - O novo aumento de impostos sobre as bebidas frias, o que inclui cerveja, refrigerantes e energéticos, alguns dos produtos vendidos pela Ambev, a entrar em vigor no próximo dia 1º de junho, fez a fabricante anunciar a revisão de seu plano de investimentos para este ano no País.
Na ocasião da divulgação dos resultados de 2013, em fevereiro, a Ambev anunciou aportes de aproximadamente R$ 2,8 bilhões no País em 2014, o mesmo valor investido no ano passado, incluindo a inauguração de duas fábricas, uma em Uberlândia (MG) e outra em Ponta Grossa (PR).
Agora, com o novo aumento, a empresa não menciona a cifra, mas diz que será menor do que o previsto inicialmente.
Conforme a companhia, "por um lado é compreensível que o governo busque incrementar a arrecadação federal para atender os objetivos de superávit primário para o ano, por outro a companhia acredita que há outras maneiras de se obter resultados equivalentes sem que a carga tributária vigente seja alterada".
Com a entrada em vigor da nova tributação e os correspondentes ajustes nos preços, a Ambev estima que poderá haver impacto negativo nas vendas, o que, a levou a revisar seus planos de investimentos no País.
Apesar do novo aumento de impostos o qual a Ambev vê impacto negativo no volume vendido pela indústria brasileira no ano, por causa do repasse nos preços finais dos produtos, os outros guidances (metas) foram mantidos.
Para a indústria nacional de cerveja, a fabricante ainda vê a retomada do crescimento em volumes em 2014 ante 2013.
Para as operações brasileiras, a Ambev prevê a receita líquida cresça entre um dígito porcentual alto e dois dígitos baixos no ano, impactada positivamente por iniciativas de gestão da receita, pelo aumento do peso da distribuição direta e pelo benefício das marcas premium, bem como pela retomada de crescimento do volume da indústria.
Do lado dos custos, a fabricante projeta um crescimento do Custo por Produto Vendido (CPV) por hectolitro no Brasil em um dígito porcentual médio para o ano, a um mix de produto constante, principalmente impactado pela desvalorização do real durante 2013.
A companhia também prevê que os custos de distribuição deverão crescer dois dígitos porcentuais, uma vez que o peso da distribuição direta continuará a crescer, incluindo o impacto resultante da expansão do último ano, e o crescimento de volume deve ser retomado.
Sendo assim, a Ambev reitera que o SG&A no Brasil cresça entre um dígito alto e dois dígitos baixos em 2014.