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Ikea se prepara para futuro de megacidades e pouco dinheiro

Empresa prevê um futuro em que as pessoas “moram em espaços pequenos” e têm “carteiras quase vazias” e “pouco tempo”, segundo o CEO Jesper Brodin.

Escritório da empresa sueca de móveis Ikea. (Jens-Ulrich Koch/AFP)

Escritório da empresa sueca de móveis Ikea. (Jens-Ulrich Koch/AFP)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 14 de abril de 2018 às 08h00.

Última atualização em 14 de abril de 2018 às 08h00.

A Ikea, maior empresa varejista de móveis do mundo, se prepara para um futuro em que as pessoas não terão muito sobrando: nem dinheiro, nem espaço.

A gigante sueca está abandonando o costume de planejar para os próximos cinco a dez anos e estabeleceu uma nova abordagem de três anos para acompanhar o ritmo de uma sociedade em rápida transformação.

A estratégia é garantir que a empresa atenda a um mundo urbanizado onde as pessoas “moram em espaços pequenos” e têm “carteiras quase vazias” e “pouco tempo”, segundo o CEO Jesper Brodin. Pesquisas da empresa mostram que, em 2030, cerca de 60 por cento da população mundial viverá em grandes cidades, o dobro da porcentagem atual, disse.

“Teremos três anos para ampliar as ambições de nossas metas de negócios e também para transformar, em parte, o modo de encontrar nossos clientes”, disse ele, em entrevista por telefone, na terça-feira.

A empresa está se transformando para colocar mais lojas nos centros das cidades para ficar mais perto dos clientes. Além disso, a companhia abriu mais de uma dúzia de showrooms pequenos em cidades como Londres e Paris para atender melhor aos consumidores urbanos.

Brodin disse que a estratégia é chegar diretamente à sala de estar das pessoas aumentando o foco digital e as compras pela internet e oferecendo um serviço melhor a quem precisa de entrega em domicílio. O foco em grandes armazéns continuará, mas será acompanhado de outras prioridades.

“Precisamos pensar onde abriremos grandes armazéns e também em fazer muitos investimentos nos centros das cidades, e então ampliar isso para nossas megacidades e depois para todos os países e mercados”, disse ele.

De forma geral, a empresa não abandonará a obsessão de seu fundador, Ingvar Kamprad, falecido em janeiro, pelo baixo custo.

“Temos um plano financeiro para tudo isso, levando em conta os investimentos em preços mais baixos”, disse Brodin. “Esta é sempre a prioridade número 1 para nós.”

O lucro operacional da empresa no ano cheio caiu 33 por cento, para 3 bilhões de euros (US$ 3,71 bilhões), no período de 12 meses encerrado em agosto, após o aumento dos custos para respaldar a expansão da empresa e a perda de lucros de subsidiárias vendidas à proprietária da marca Inter Ikea há um ano.

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