Oportunidades de muitos bilhões de dólares ainda aguardam a indústria de serviços, diz o HSBC (imagem de um projeto da OSX) (Divulgacao/Site)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2011 às 22h47.
Rio de Janeiro - A OSX, empresa do grupo EBX dedicada à construção de plataformas de petróleo, recebe em abril a Licença de Instalação para começar a construir o que será o maior estaleiro da América Latina e vai garantir a campanha de exploração e produção da OGX, braço de petróleo do empresário Eike Batista.
De acordo com o diretor financeiro e de Relações com os Investidores, Roberto Monteiro, o projeto de 3 bilhões de reais ficará totalmente pronto no final de 2013. A partir do segundo semestre de 2012, no entanto, já poderá prestar alguns serviços.
Ele informou que no final de abril começam a chegar as propostas dos 11 pacotes de licitações lançados pela empresa entre o final de 2010 e março deste ano. Segundo o executivo, entre 4 e 8 empresas participam de cada licitação e as primeiras propostas a serem abertas referem-se à preparação do terreno e construção do cais e do dique seco.
O estaleiro da OSX terá capacidade para construir até 6 plataformas e 6 jaquetas por ano numa primeira fase e possibilidade de ampliação para 9 unidades na segunda fase.
A capacidade do projeto é para corte de 180 mil toneladas de aço por ano, que podem subir para 220 mil toneladas e numa terceira etapa para 500 mil toneladas, "dependendo da demanda".
"Em equipamentos temos cerca de 600 milhões de reais e o restante é obra civil", informou.
Receita em 2011
Enquanto o estaleiro não fica pronto, a empresa começa a gerar receita este ano com o afretamento da plataforma OSX-1 para a OGX. "Este ano começamos a gerar receita, algo em torno dos 30, 40 milhões de dólares a partir do segundo semestre", informou.
Uma receita que vai ser incrementada ao longo dos próximos anos com encomendas da OGX e terceiros, o que inclui possíveis trabalhos para empresas que atendem a Petrobras.
No momento, Monteiro costura com a OGX mais um contrato de pedidos firmes, depois de já ter garantidas as quatro primeiras plataformas da co-irmã, duas flutuantes (FPSO) e duas fixas.
"Esse novo lote que estamos trabalhado junto com a OGX vai fazer crescer o nosso 'order book' sensivelmente, vai crescer entre 60 e 80 por cento", antecipou o executivo que prevê para breve o anúncio do novo acordo.
A OGX vai divulgar na próxima semana um novo relatório de reservas petrolíferas elaborado pela DeGolyer & MacNaughton. O anúncio do acordo com a OSX deve ocorrer após essa divulgação.
Para atender as futuras encomendas Monteiro já adquiriu dois cascos na Indonésia, que poderão servir de base para as plataformas OSX-3 e OSX-4.
Entre o final de abril e começo de maio Monteiro volta ao mercado de dívida para a construção da OSX-2, unidade de 775 milhões de dólares e que deve ter 80 por cento financiado pelos bancos. A primeira plataforma negociada com a OGX (OSX-1) será entregue no segundo semestre deste ano e a OSX-2 e as duas fixas ficam prontas em 2013, informou.
Inaugurando a cidade X
Para garantir tranquilidade ao andamento da obra, a OSX será a primeira moradora da cidade idealizada por Eike Batista e que está sendo projetada pelo arquiteto Jaime Lerner, a Cidade X, em São João da Barra, onde está sendo construído o Complexo do Açu (estaleiro, porto, siderúrgicas, térmica).
A Cidade X será um empreendimento do Real Estate X, braço imobiliário da EBX e será projetada para 250 mil habitantes.
Cerca de 2 mil casas e um hotel serão construídos até o final de 2012 para abrigar os funcionários e executivos envolvidos na construção do estaleiro, adiantou Monteiro.
A OSX vai construir também um Instituto Tecnológico Nacional no Complexo do Açu, que vai treinar os cerca de 10 mil trabalhadores previstos para o estaleiro e mais mil nas plataformas que serão afretadas pela companhia.
Chamado para o time da OSX pela sua experiência de 32 anos na Petrobras, Carlos Bellot, diretor de Operações da OSX desde julho do ano passado, informou que a entidade será um centro de treinamento tanto para a operação das plataformas como para o desenvolvimento de tecnologia.
"No final do ano começaremos os treinamentos, na primeira fase vai ser intenso, 3.100 pessoas", explicou Bellot, que não vê difciuldade em arrumar mão-de-obra no país e disse que a indústria brasileira "está começando a se mexer" para fornecer equipamentos não encontrados no país, como turbinas e compressores.