Petróleo em baixa, aviação em alta: a Iata ampliou a projeção de lucro para US$ 33 bi - quase o dobro do ganho de US$ 17,3 bi do ano passado (sserg_dibrova/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 13h07.
Genebra - As empresas aéreas mundiais deverão ter lucro recorde maior do que o esperado este ano e ampliar os ganhos em 2016, graças à queda dos preços do petróleo aos menores níveis em cerca de sete anos, segundo a Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata).
Na América Latina e África, porém, o setor ficará no vermelho.
A Iata ampliou sua projeção de lucro líquido para o setor aéreo em 2015 pela segunda vez este ano, para US$ 33 bilhões, o que representa quase o dobro do ganho de US$ 17,3 bilhões apurado no ano passado.
"São números excepcionais para a indústria aérea", comentou Brian Pearce, economista-chefe da Iata, que representa mais de 200 companhias do setor.
A Iata estima que a fraqueza do petróleo, com o Brent chegando a operar abaixo de US$ 40 por barril esta semana, levará as empresas aéreas a gastar US$ 180 bilhões com combustíveis este ano, US$ 46 bilhões (ou 20,5%) menos do que em 2014, mesmo diante do aumento do consumo.
Companhias norte-americanas vão ser responsáveis por mais da metade do lucro mundial, ou US$ 19,4 bilhões, afirmou a Iata. A Europa deverá ser a segunda região mais forte, com ganho combinado de US$ 6,9 bilhões, à frente da Ásia e do Pacífico, com US$ 5,8 bilhões.
Por outro lado, empresas da América Latina e da África deverão ter perdas de cerca de US$ 300 milhões, em cada região, este ano.
As margens de lucro também deverão crescer, com o retorno sobre capital atingindo 8,3% em 2015, prevê a entidade.
A Iata calcula o tráfego de passageiros deste ano em 3,6 bilhões e o de 2016, em 3,8 bilhões.
Para o próximo ano, a Iata prevê que o lucro do setor avançará para US$ 36,3 bilhões, com retorno sobre capital de 8,6% e queda adicional de 24,7% nos gastos com combustíveis, para US$ 135 bilhões.