A filial suíça do banco britânico HSBC, acusada de ajudar milhares de clientes de todo o mundo a evitar impostos (Fabrice Coffrini/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2015 às 09h30.
O banco HSBC publicou neste domingo na imprensa um anúncio de uma página para pedir deculpas pelo fato de sua filial suíça ajudar os clientes a sonegar impostos por suas contas milionários, como revelou o chamado caso Swissleaks.
O anúncio publicado no Sunday Times inclui uma carta aberta de seu diretor executivo, Stuart Gulliver, aos clientes e empregados do banco.
"A imprensa se centraram em fatos passados, que demonstram que as normas que aplicamos hoje não foram aplicadas em todas as partes", afirma.
"Temos que compreender que a sociedade à qual servimos espera mais de nós, Por isso, pedidmos nossas mais sinceras desculpas", afirma ainda.
Várias personalidades políticas, do mundo do entretenimento, do esporte e dos negócios são citadas pela imprensa internacional em uma investigação que revela a face oculta do sigilo bancário na Suíça, com base em dados de milhares de contas escondidas no banco HSBC.
O Brasil aparece como o nono país da lista de clientes envolvidos nessa operação.
Batizada de "SwissLeaks", a investigação é uma verdadeira viagem ao coração da fraude fiscal e revela os artifícios utilizados para dissimular dinheiro não declarado.
Segundo as informações, baseadas na investigação de arquivos bancários retirados do HSBC Suíça pelo ex-funcionário Hervé Falciani, quase US$ 180 bilhões teriam transitado por contas do HSBC em Genebra, para fraudar o fisco, lavar dinheiro sujo, ou financiar o terrorismo internacional.
Analisados por 154 repórteres de 47 países, os dados correspondem ao período que vai de 2005 a 2007. Bilhões teriam transitado por essas contas de Genebra, dissimuladas, entre outras, por estruturas offshore no Panamá e nas Ilhas Virgens britânicas.