Chaminé em plataforma de petróleo: investimentos em Polvo devem estender a vida útil do campo em até dois anos (Sérgio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2014 às 20h17.
Rio de Janeiro - A petroleira brasileira HRT prevê investir 75 milhões de dólares em até nove meses no campo de Polvo, na Bacia de Campos, o que inclui gastos em manutenção de equipamentos e na perfuração de dois poços com uma sonda própria, afirmou nesta quarta-feira o diretor financeiro da petroleira, Ricardo Bottas.
A HRT financiará os investimentos com recursos obtidos no mercado, usando o óleo de Polvo como garantia.
"É possível que a gente consiga usar o próprio óleo para financiar esse desenvolvimento do campo de Polvo, é possível financiamento baseado em óleo para pagamento", afirmou Bottas em entrevista.
Em setembro, o presidente da companhia, Milton Franke, havia adiantado à Reuters tal possibilidade. "O campo de Polvo é autossustentável inclusive no seu desenvolvimento", acrescentou o diretor financeiro, após a reportagem visitar nesta quarta-feira a plataforma que opera no local.
Os investimentos em Polvo, o único ativo que produz petróleo da companhia, devem estender a vida útil do campo em até dois anos, para até 2019, afirmou o executivo.
A empresa, segundo Bottas, apenas iniciará as perfurações dos dois poços planejados em Polvo após a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovar a compra de participação de 40 por cento da Maersk no bloco.
Após a conclusão da compra, a HRT terá 100 por cento do ativo. Os valores da transação ainda são guardados em sigilo.
Além disso, a empresa necessita da aprovação de um novo plano de desenvolvimento da área pela ANP. As etapas necessárias, na avaliação do executivo, não vão demorar muito para serem concluídas.
Isso porque a empresa espera para "logo" a aprovação da negociação, e a ANP, segundo Bottas, já vinha cobrando da antiga operadora da área (a BP) um novo plano de desenvolvimento para Polvo.
Corte de Gastos
Em meio a um processo de redução de custos, em curso há algum tempo, a petroleira vai se mudar para um novo escritório no próximo mês. Além disso, até o fim do ano, a holding terá um total de 100 funcionários próprios e cerca de 200 terceirizados.
No fim de 2011, quando a HRT tinha quatro sondas em operação no Solimões e estava iniciando a campanha exploratória na Namíbia, a empresa chegou a ter 600 funcionários próprios.
De acordo com o presidente, Milton Franke, os terceirizados, há cerca de três anos, provavelmente somavam 2 mil pessoas.
A HRT busca ainda compradores para cinco helicópteros pesados, usados para o transporte de sondas, avaliados entre 4 e 5 milhões de dólares.