Hotel Urbano: competição com grandes empresas de tecnologia do setor, como a Airbnb, não é vista como uma fonte de preocupação (Dado Galdieri/Bloomberg/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 12h45.
São Paulo - A agência de viagens online Hotel Urbano aposta no setor de turismo nacional e prevê crescimento em 2017, após a retomada dos lucros em 2016, disse o fundador e presidente-executivo da companhia brasileira, João Ricardo Mendes.
Em outubro deste ano, a companhia, fundada em 2011 atingiu equilíbrio financeiro, o chamado "breakeven", e obteve lucro em novembro.
O resultado foi obtido após uma mudança na orientação da empresa, que antes estava focada em crescimento acelerado, disse Mendes.
Até 2015, a companhia contava com investimentos de fundos como Insight Ventures Partners, Tiger Global Management e o grupo Priceline, controlador do rival Booking.com. Atualmente, o Hotel Urbano é controlado pelos fundadores e 16 novos sócios, que são ex-funcionários e diretores da companhia.
"Na recompra a gente teve uma disciplina bem coesa de tornar a operação lucrativa", disse Mendes, referindo-se à retomada do controle da companhia pelos fundadores neste ano.
Durante as 24 horas da Black Friday, data que vem sendo considerada uma das mais importantes para o calendário do varejo online, a companhia quadruplicou a média de diárias de hoteis vendidas para 18 mil, ante 4,5 mil diárias vendidas por dia em outubro.
A companhia obteve em 2015 faturamento bruto de 560 milhões de reais. A previsão para 2016 é de retração diante da crise no país e valorização do dólar sobre o real ante anos anteriores, o que afetou diretamente as viagens ao exterior. Para 2017, a aposta da Hotel Urbano está no crescimento do turismo interno, bem como no aumento do interesse dos estrangeiros pelo país.
A competição com grandes empresas de tecnologia do setor, como a Airbnb, não é vista como uma fonte de preocupação que demande necessidade de estratégias de competição específicas por parte da Hotel Urbano. Segundo Mendes, os públicos das duas empresas são distintos.
"Tem um diferencial de público, de quem quer ficar em hotel e de quem quer ficar em uma casa. (O Airbnb) com certeza briga por parte da parcela de mercado, mas outra parte não", afirmou.
"Em 2017, eu não vejo retração para turismo interno", disse o executivo, acrescentando que eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas deste ano podem exercer efeito positivo para o turismo no médio prazo.
"Quem veio para Olimpíadas e a Copa, apesar dos problemas de infraestrutura, diz que pretende voltar. O Brasil se vende por si só, a gente olha muito essa demanda externa."