A Represa de Jurumirim: na semana passada, o nível da represa estava em apenas 18% da capacidade (José Carlos Garcia/WikimediaCommons)
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2014 às 09h04.
São Paulo - Em Avaré, a queda no nível da Represa de Jurumirim afetou "de forma substancial" a atividades turística, segundo o secretário de Turismo, Fernando Alonso. Quatro grandes hotéis que têm marinas registraram desistências de reservas em razão do recuo das águas.
"Com a baixa, além de bancos de areia, emergiram restos de árvores que estavam submersos, dificultando a navegação." Ele contou que um hotel investiu na compra de um grande catamarã, mas ainda não conseguiu colocar o barco no lago.
Na semana passada, o nível da represa estava em apenas 18% da capacidade, segundo medição da empresa Duke Energy, que opera a hidrelétrica. A falta de água fez desaparecer a prainha do Camping Municipal, que atraía milhares de turistas.
"A água se distanciou da faixa de areia e está no meio do lodo", relatou o secretário. A situação só não é pior, segundo ele, porque o reservatório é muito grande - quatro vezes maior que a Baía de Guanabara. "Nossa esperança é que chova para recuperar o lago, mas é preciso de muita chuva mesmo."
Na Represa de Itupararanga, que se estende entre Votorantim e Ibiúna, a situação é semelhante. Com o recuo das águas, as rampas de acesso às marinas se tornaram inoperantes e o aluguel de barcos despencou.
De acordo com Paulo Santos, dono de uma escola náutica, pedras enormes que estavam 3 metros abaixo da superfície da água agora afloraram e exigem muito cuidado dos barqueiros. No dia 2, um barco virou depois de colidir com uma rocha, mas os três ocupantes se salvaram.
Em Joanópolis, a Represa Jaguari-Jacareí, que faz parte do Sistema Cantareira, praticamente secou e os hotéis e pousadas localizados à beira dágua acumulam prejuízos. O hoteleiro Paulo Bonandi, dono da Pousada Monteleone, havia investido em uma bem aparelhada marina e, de uma hora para outra, viu toda a água ir embora.
"Estava com 38 lanchas na marina e não restou uma", disse. Os passeios de barco, maior diferencial da pousada, tiveram de ser suspensos. O restaurante, construído para atender a náutica, ficou vazio e ele dispensou 22 dos 35 funcionários.
"Depois de 20 anos tomando conta da pousada, estou tirando umas férias forçadas." Ele acredita que a recuperação da represa só ocorrerá em 2016. "Ainda assim se chover muito." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.