A Honda uniu-se à Nissan nesta terça-feira ao afirmar que a recuperação de sua cadeia de autopeças está ganhando ritmo (Boris Horvat //AFP Photo)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2011 às 11h53.
Iwaki/Tóquio - Duas das principais montadoras do Japão estão tentando acelerar esforços para retomar produção total, incentivando expectativas de que uma recuperação após o pior terremoto já sofrido pelo país está adiantada, com redução nos gargalos da cadeia de suprimentos.
O presidente-executivo da Nissan, Carlos Ghosn, afirmou na terça-feira que funcionários estão trabalhando para restaurar a produção da segunda maior montadora de veículos do Japão para níveis completos antes da meta de outubro, depois de uma recuperação acelerada em uma fábrica de motores que foi severamente danificada pelos tremores de 11 de março.
"Eu posso dizer que cada funcionário da Nissan está tentando provar que estou errado quando digo outubro. Há um senso de motivação em todos quando dizemos que vamos fazer acontecer antes de outubro", disse Ghosn à Reuters, em entrevista na fábrica de motores de Iwaki. A fábrica fica a cerca de 60 quilômetros da usina nuclear danificada da Tokyo Electric Power.
"Mas, sendo razoável, não acredito que vai estar pronto antes de outubro", acrescentou o executivo.
A fábrica com capacidade para 560 mil motores por ano retornou à sua plena ocupação nesta terça-feira.
As montadoras japonesas cortaram produção após o terremoto de magnitude 9.0 de 11 de março por causa da escassez de componentes. Os reflexos foram sentidos inclusive por filiais das empresas no Brasil.
Enquanto isso, a Honda uniu-se à Nissan nesta terça-feira ao afirmar que a recuperação de sua cadeia de autopeças está ganhando ritmo.
"Queremos acelerar nosso cronograma para retornarmos ao normal, mas isso depende da oferta de autopeças", disse o vice-presidente financeiro da Honda, Fumihiko Ike, a um pequeno grupo de jornalistas. "Mas estamos vendo a recuperação acelerar." Ele afirmou que a montadora planeja anunciar sua previsão de lucro para o atual ano fiscal antes da reunião de acionistas marcada para 23 de junho.
A Honda está enfrentando acesso limitado a componentes eletrônicos, autopeças de borracha e materiais de pintura, disse Ike.
No mês passado, a Honda informou que espera que a produção de veículos retorne a níveis planejados antes dos terremotos de março até o final do ano. Enquanto isso, o nível deve ficar pela metade até o final de junho.