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Homem branco ainda domina propriedade da terra nos EUA

A propriedade de terra nos Estados Unidos está dominada pelo homem branco, segundo o último censo agrícola do país

John Malone, multimilionário e titã das telecomunicações nos EUA: Malone está no topo da lista dos fazendeiros, com propriedade de 890 mil hectares (Matthew Staver/Bloomberg News)

John Malone, multimilionário e titã das telecomunicações nos EUA: Malone está no topo da lista dos fazendeiros, com propriedade de 890 mil hectares (Matthew Staver/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2014 às 10h33.

Washington - A propriedade de terra nos Estados Unidos está dominada pelo "homem branco", segundo o último censo agrícola do país, que mostra que dos 2.109.363 proprietários ou gerentes de fazenda, 2.012.674 são da raça branca, a maioria deles homens.

No curso contrário, os primeiros habitantes destas terras, os nativo-americanos, têm apenas 37.857 fazendas, enquanto os hispânicos possuem 67.014 e os afro-americanos pouco mais de 33 mil.

As mulheres estão também em desvantagem, com apenas 288.269 delas à frente de fazendas.

No topo da lista dos fazendeiros está o multimilionário e titã das telecomunicações John Malone, com 890 mil hectares, seguido de perto pelo fundador da "CNN" Ted Turner, com 809.371 hectares, segundo a revista "The Land Report".

Tanto Malone como Turner, que tem vários ranchos no Novo México e é o principal fazendeiro nesse estado do oeste do país, têm mais de 70 anos, um segmento de idade no qual se encontram outros 257 mil proprietários de fazendas nos EUA.

De fato, cerca de 1.250.000 fazendeiros americanos têm mais de 55 anos.

Daniel Gallacher, um historiador da empresa Historical Research Associates, disse à Agência Efe que nas áreas rurais dos EUA, a terra passou tradicionalmente de geração para geração, uma tendência que "se vê ameaçada agora pelos problemas econômicos que os Estados Unidos rural enfrenta".

Com esses dados sobre a mesa, o secretário de Agricultura, Tom Vilsack, fez um apelo neste mês para conseguir uma maior diversidade no campo americano.

"A idade dos operadores principais (das fazendas) segue aumentando", disse Vilsack na quinta-feira passada durante a conferência anual sobre as perspectivas do setor agrícola, na qual pediu não só mais sangue jovem, mas também maior diversidade.

O titular de Agricultura fez essas declarações baseado nos números do censo, que revelam que só há 10.719 proprietários de fazendas com menos de 25 anos e pouco mais de 100 mil com entre 25 e 34, frente aos mais de um milhão com mais de 55 anos.


Emily Oakley é a diretora da Coalizão Nacional de Jovens Fazendeiros e decidiu se aventurar há 10 anos, quando tinha 26, ao cultivo da terra em seu estado natal, Oklahoma.

Começar, explicou Emily à Agência Efe, não foi fácil. "O acesso à terra é difícil e os preços muito altos", explicou a jovem, que teve a sorte de se deparar com um casal de fazendeiros maiores que cederam uma parcela de terra de graça em troca de produtos.Três anos depois, ela e seu namorado adquiriram uma pequena propriedade onde cultivam vegetais e frutas e que está a uma hora do mercado que abastecem de forma regular.

Apesar dos desafios, Emily acredita que há "oportunidades" para os pequenos agricultores como ela, porque, diz, cada vez são mais os clientes que apreciam o fato de conhecer a pessoa que lhe serve os produtos.

"Temos uma relação incrível com as pessoas que compram o que cultivamos", afirmou Emily, que concordou com Vilsack na necessidade de uma maior diversidade e comemorou que um número crescente dos trabalhadores agrícolas estejam se transformando em proprietários.

Segundo os números do governo americano, mais de 80% dos trabalhadores agrícolas no país são hispânicos. 76% deles são homens e 24% mulheres.

As estatísticas do Departamento de Trabalho mostram que 75% dos trabalhadores do campo têm menos de 44 anos e 70% deles nasceram no México.

Os dados correspondentes a 2010 revelam, além disso, que a maioria, 52%, são imigrantes ilegais, contra 21% que têm autorização para trabalhar e 28% que são cidadãos.

A criação de um programa de trabalhadores temporários que garanta uma força de trabalho estável e regulada foi motivo de árduas discussões entre sindicatos e empresários no marco das negociações em andamento para a aprovação de uma reforma migratória.

A câmara de Comércio e o agrupamento sindical AFL-CIO chegaram a um acordo para que o potencial programa de trabalhadores "hóspedes" começasse com a emissão de 20 mil vistos durante seu primeiro ano em vigor. O número aumentaria para 35 mil no segundo ano, 55 mil no terceiro e 75 mil no quarto.

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