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Holcim e Lafarge oferecem ao Cade venda de 30% de capacidade

Cimenteiras fizeram proposta para vender ativos no Brasil com capacidade para produção de cerca de 3,6 milhões de toneladas por ano


	Trabalhador empilha sacos de cimento da Holcim
 (Kemal Jufri/Bloomberg News)

Trabalhador empilha sacos de cimento da Holcim (Kemal Jufri/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2014 às 17h49.

Zurique/São Paulo - As cimenteiras Holcim e Lafarge fizeram proposta para vender ativos no Brasil com capacidade para produção de cerca de 3,6 milhões de toneladas de cimento por ano, na tentativa de obterem aprovação de autoridades para a fusão que criará o maior grupo do setor no mundo.

Os ativos para alienação pelas empresas em proposta ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) envolvem duas fábricas de cimento da Lafarge nas cidades mineiras de Arcos (500 mil toneladas) e Matosinhos (1,1 milhão de toneladas) e uma fábrica da Holcim em Cantagalo (1,2 milhão de toneladas), também em Minas Gerais.

A capacidade proposta para a venda é equivalente a cerca de um terço da produção de ambos os grupos em 2012, de 10.691 milhões de toneladas, segundo dados mais recentes da entidade que representa o setor no Brasil, Snic.

Além das fábricas, a proposta inclui duas unidades de moagem da Lafarge, com capacidade conjugada para 700 mil toneladas anuais, e uma usina de concreto da Holcim, em Pouso Alegre.

Representantes do Cade não puderam comentar o assunto de imediato.

"Os desinvestimentos propostos foram apresentados ao Cade no contexto de negociações anteriores e serão objeto de análise e discussões até que uma decisão final seja alcançada com a autoridade", disseram as companhias em um comunicado à imprensa divulgado mais cedo.

A Holcim e a Lafarge precisam se desfazer de ativos gerando cerca de 5 bilhões de euros (6,71 bilhões de dólares) em receita anual para persuadir reguladores de competição ao redor do mundo a aprovarem a fusão das empresas anunciada em abril.

A operação criará um grupo com vendas anuais combinadas de 44 bilhões de dólares.

No Brasil, a fusão das duas empresas criará a terceira maior empresa do setor, atrás de Votorantim Cimentos e Intercement, do grupo Camargo Corrêa, segundo dados do Snic.

No fim de maio, o Cade condenou Votorantim Cimentos, Holcim, Cimpor, InterCement, Itabira Agro Industrial (do grupo João Santos) e Companhia de Cimentos Itambé a pagarem 3,1 bilhões de reais em multas e a venderem 20 por cento de capacidade em serviços de concretagem em um caso que considerou que o grupo formou um cartel no setor no país.

Na época, a Lafarge não foi incluída na decisão porque tinha feito um acordo anos antes com o Cade.

CSN Os ativos a serem vendidos por Lafarge e Holcim no país podem interessar a grupos como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Perguntado por analistas nesta segunda-feira se a CSN teria interesse nos ativos, o diretor de Relações com Investidores da CSN, David Salama, afirmou que a empresa "acompanha os movimentos de mercado, se surgir oportunidade vamos analisar, dentro de nossa filosofia de avaliar se a aquisição criará valor para a empresa como um todo".

A CSN mantém em Arcos uma fábrica de clínquer, principal insumo para a produção de cimento, que produz 2.500 toneladas por dia e abastece a moagem da empresa instalada na Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ).

A empresa trabalha atualmente na implantação de uma nova unidade de moagem em Arcos, que ampliará a capacidade da empresa de 2,4 milhões para 5,4 milhões de toneladas anuais. A unidade é prevista para entrar em operação em 2016.

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