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Histórico aumento de salário do Walmart pressiona rivais

A decisão histórica do Walmart de elevar os salários de 500 mil de funcionários aumentará a pressão sobre as concorrentes para que sigam o exemplo


	Loja do Walmart: o Walmart está tentando reduzir a rotatividade entre seus 1,3 milhão de funcionários americanos
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Loja do Walmart: o Walmart está tentando reduzir a rotatividade entre seus 1,3 milhão de funcionários americanos (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 16h45.

A decisão histórica do Walmart Stores Inc. de elevar os salários de meio milhão de funcionários aumentará a pressão sobre as redes varejistas concorrentes, como a Target Corp., para que sigam o exemplo, em um momento em que o mercado de trabalho dos EUA está se contraindo e as remunerações, subindo.

A maior rede de varejo do mundo disse na quinta-feira que começaria a pagar a todos os seus trabalhadores horistas americanos pelo menos US$ 9 por hora até abril e US$ 10 por hora até fevereiro do ano que vem.

O plano resultará em aumentos para cerca de 500.000 funcionários no primeiro semestre do atual ano fiscal e um custo de cerca de US$ 1 bilhão, disse a empresa com sede em Bentonville, Arkansas, EUA, em um comunicado.

O Walmart, maior empregador privado dos EUA, está tentando reduzir a rotatividade entre seus 1,3 milhão de funcionários americanos, o que, por outro lado, diminuiria os custos com capacitação e melhoraria o serviço em suas 4.400 lojas no país.

Com a queda da taxa de desemprego e os empregos disponíveis de forma mais ampla, a iniciativa do Walmart pode ter reflexos em todo o setor do varejo, inclusive na Target.

“A Target sentirá a pressão para responder”, disse Burt Flickinger, diretor-gerente da Strategic Resource Group em Nova York. “Trata-se de um mercado competitivo para os trabalhadores”.

Dustee Jenkins, porta-voz da Target, que tem sede em Minneapolis, não respondeu a uma mensagem com um pedido de comentário.


Os aumentos salariais do Walmart - que, a US$ 9 a hora, ficaria US$ 1,75 acima do salário mínimo federal dos EUA - surgem após a taxa de desemprego no país ter caído um ponto porcentual nos últimos 12 meses, para 5,7 por cento em janeiro, próximo ao nível que a direção da Reserva Federal considera pleno emprego.

A abertura de postos de trabalho aumentou para mais de 5 milhões em dezembro, contra menos de 4 milhões no início de 2014. Mais alternativas de emprego e menos pessoas sem trabalho significa que os empregadores estão sob pressão para melhorar os salários e os benefícios ou para enfrentar uma rotatividade maior, porque as pessoas passam a buscar empregos melhores em outras partes.

‘Boa notícia’

Anthony Rodríguez, um montador de bicicletas de 26 anos da loja do Walmart em Rosemead, Califórnia, disse que o aumento é uma “boa notícia”, embora seu estado tenha um salário mínimo de US$ 9 e ele já ganhe US$ 9,40 por hora.

“Abrir-se e dizer ‘nós precisamos pagar melhor’ é um ótimo começo para o Walmart”, disse Rodríguez, que sustenta a noiva e o filho de 2 anos, em entrevista.

“Mas os funcionários ainda não estão trabalhando em tempo integral e é difícil sustentar a família e até mesmo conseguir um lugar para morar” com os salários do Walmart.

Rodríguez é membro do OUR Walmart, um grupo que tem apoio sindical e que elogiou o anúncio de quinta-feira, mas disse que a empresa deveria ir além e aumentar o salário para US$ 15 por hora e fornecer uma carga horária integral e consistente.

O Walmart disse que o incremento salarial e as mudanças nos programas de contratação, treinamento e programação da empresa custarão cerca de US$ 1 bilhão no atual ano fiscal.

O valor representaria cerca de 0,2 por cento dos US$ 497 bilhões em vendas que os analistas projetam que o Walmart gerará neste ano.

“Essas mudanças darão aos nossos colaboradores americanos a oportunidade de ganhar um salário maior e avançar em suas carreiras”, disse o CEO Doug McMillon no comunicado. “Estamos buscando uma abordagem abrangente que seja sustentável a longo prazo”.

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