Evan Spiegel, fundador do Snapchat: ele criou o aplicativo junto com outros dois colegas da faculdade de Stanford (Neilson Barnard/Getty Images for Vanity Fair)
Repórter
Publicado em 10 de abril de 2025 às 11h41.
Em 2013, o americano Evan Spiegel tomou uma decisão que, na época, parecia um pouco louca. Aos 23 anos, ele recusou uma proposta de US$ 3 bilhões do Facebook. Mark Zuckerberg queria comprar a plataforma que, na época, já estava conquistando a juventude com sua proposta de mensagens que desapareciam.
Era uma oportunidade tentadora, sem dúvida. Mas, Spiegel e seu cofundador, Bobby Murphy, estavam determinados a fazer o Snapchat crescer sozinho. Eles acreditavam no potencial da empresa e, mais do que isso, achavam que vender tão cedo limitaria o que poderiam fazer com a plataforma. Eles queriam transformar o Snapchat em algo muito mais do que um simples aplicativo de mensagens. E, claro, a ideia de perder o controle sobre a própria criação não parecia boa.
Hoje, a escolha parece ter sido acertada. O Snapchat, que passou a se chamar Snap Inc., está avaliado em cerca de 14 bilhões de dólares – um número cerca de cinco vezes maior do que o valor oferecido pelo Facebook. Claro, não foi uma caminhada fácil até aí.
'As redes sociais nos desconectaram daquilo que mais importa', diz fundador do OrkutA história do Snapchat começa em 2011 com uma ideia simples: fotos que desaparecem. Ainda estudantes de Stanford, os fundadores criaram a plataforma com foco na autenticidade e acertaram precisamente.
Em um mundo onde as redes sociais estavam dominadas por imagens e posts mais "perfeitos", o Snapchat apareceu com a proposta de uma comunicação mais espontânea. Isso fez com que a juventude se apaixonasse pelo app.
Mesmo com a popularidade crescendo, o Facebook não ficou parado. Na tentativa de "adquirir" o Snapchat, Mark Zuckerberg chegou a oferecer 3 bilhões de dólares. No entanto, a ideia de perder a independência e não poder explorar todas as possibilidades que o Snapchat poderia oferecer deixou os fundadores firmes na decisão de não vender.
Novo 'OnlyFans' brasileiro quer que conteúdo pago 'saia do submundo'Para Spiegel, aquela era apenas a primeira de muitas tentativas de outras gigantes tentarem comprar ou copiar o que estavam fazendo. Logo, o Facebook tentou lançar seu próprio app de mensagens, o Poke, que não deu certo.
Mais tarde, o Instagram pegaria a ideia das "Stories" e as usaria como se fossem suas. A ferramenta também passou a existir no WhatsApp, que pertence ao grupo Meta com o Facebook e o Instagram.
Buscando a sobrevivência, a empresa tentou diversos modelos de negócios. Foram uns dos primeiros a lançar um par de óculos de realidade aumentada ao mercado, por exemplo, mas não obtiveram sucesso. A introdução de filtros de realidade aumentada se tornou uma das grandes marcas registradas da plataforma.
Agora, com a empresa indo para o campo da inteligência artificial, especialmente com o lançamento de ferramentas como o “My AI” e mais recursos de realidade aumentada, o futuro do Snapchat continua sendo um grande ponto de interesse. A empresa está se reinventando para continuar sendo relevante e, claro, tentar alcançar um público ainda maior.