Mira Murati, da Thinking Machines Lab: ela começou na OpenAI em 2018 e saiu seis anos depois no cargo de CTO
Publicado em 10 de abril de 2025 às 14h03.
Mira Murati, ex-diretora de tecnologia da OpenAI, está buscando levantar impressionantes US$ 2 bilhões para sua nova empresa de IA, a Thinking Machines Lab. O valor representa o dobro da meta inicial e pode se tornar o maior rodada seed da história.
A movimentação reforça um padrão recente: ex-líderes da OpenAI estão criando startups para competir diretamente com a empresa que ajudaram a construir. Outros casos incluem Ilya Sutskever, que fundou a Safe Superintelligence Inc., e os irmãos Dario e Daniela Amodei, criadores da Anthropic.
A Thinking Machines, que ainda não completou um ano, atraiu a atenção tanto pela experiência única de Murati quanto pela equipe formada com outros ex-executivos da OpenAI. Entre os recém-contratados estão Bob McGrew, ex-CRO da OpenAI, e Alec Radford, que também esteve envolvido no desenvolvimento de ChatGPT.
A nova rodada de captação está em andamento e, segundo fontes escutadas pelo Business Insider, a avaliação da startup pode ultrapassar os US$ 10 bilhões. No entanto, o valor exato não foi confirmado, uma vez que detalhes podem mudar até o fechamento do processo.
Murati, que ingressou na OpenAI em 2018, esteve no centro da turbulência que culminou na saída temporária de Sam Altman em novembro de 2023. Com o afastamento dele, foi nomeada CEO interina da empresa, mas rejeitou o cargo dois dias depois, optando por permanecer como CTO até sua saída definitiva, em setembro de 2024.
A relação entre Murati e Altman já mostrava sinais de desgaste antes da crise pública. Reportagens indicam que a executiva teria enviado um memorando privado ao conselho da OpenAI questionando a gestão de Altman, pouco antes da sua demissão temporária.
A startup de Murati já se posiciona de forma diferente ao prometer que suas tecnologias serão compartilhadas com pesquisadores e empresas, contrastando com o modelo mais fechado adotado pela OpenAI e outras big techs.
Ainda sem revelar se levantou investimentos, a empresa entra em um mercado cada vez mais competitivo, onde novas startups disputam talentos e capital para desafiar gigantes como OpenAI, Google e Microsoft.
Se a Thinking Machines Lab conseguirá se estabelecer como um novo player de peso na inteligência artificial ainda é incerto. Mas a entrada de Murati na disputa aumenta a fragmentação do setor e pressiona grandes empresas a acelerarem suas inovações.