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Herdeiro da Samsung é inocentado em caso de manipulação de ações e fraude contábil

Lee Jae-yong é o homem mais rico da Coreia do Sul, com fortuna estimada em US$ 9 bilhões

Lee começou a ter problemas em 2016 quando foi acusado de subornar a presidente do país (Jung Yeon-Je/Pool/Reuters)

Lee começou a ter problemas em 2016 quando foi acusado de subornar a presidente do país (Jung Yeon-Je/Pool/Reuters)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 5 de fevereiro de 2024 às 06h39.

Um tribunal na Coreia do Sul inocentou nesta segunda-feira do bilionário Lee Jae-yong, principal executivo da Samsung, das acusações de manipulação no mercado de ações e fraudes contábeis.

A Justiça disse que "não há evidências que provem as acusações contra o sr Lee e outras 13 pessoas que trabalharam ou trabalham na Samsung", incluindo a que apontava que Lee quis aumentar seu poder dentro do conglomerado indo contra os interesses da companhia.

Os promotores buscavam uma sentença de cinco anos e uma multa de 500 milhões de won (quase US$ 375 milhões) contra Lee, de 55 anos. Ele negou qualquer conduta irregular. Os promotores têm a opção de recorrer da decisão a um tribunal superior. Nem a Samsung nem o escritório dos promotores comentaram o veredicto.

Relembre o escândalo envolvendo Lee

Os problemas de Lee Jae-yong começaram em 2016, no impeachment da ex-presidente Park Geun-hye, acusada de receber subornos da Samsung e de outros conglomerados locais (os coreanos os chamam de chaebols). Park foi presa em 2017 e libertada em 2022.

Já o bilionário foi preso também em 2017 acusado de subornar a então presidente do país e sua principal auxiliar para obter apoio do governo em uma fusão de duas subsidiárias da Samsung.

Promotores alegaram que esse movimento do executivo foi para para transferir o controle da Samsung de seu pai, Lee Kun-hee, que ficou incapacitado após um ataque cardíaco em 2014, e que já havia sido condenado e perdoado por suborno e evasão fiscal duas vezes.

Condenado a cinco anos de prisão pelo suborno à ex-presidente, o caso de Lee Jae-yong percorreu todas as instâncias do Judiciário sul-coreano até que a Alta Corte do país reduziu sua sentença e o libertou em 2018. A Suprema Corte, porém, ordenou um novo julgamento para 2019.

Enquanto o novo julgamento não acontecia, o herdeiro da Samsung foi indiciado por manipulações de preços no mercado de ações e fraude contábil, cujo veredicto foi anunciado nesta segunda-feira.

Vale lembrar que em 2021 a Alta Corte de Seul o condenou a dois anos e meio de prisão pelo suborno presidencial, mas o Ministério da Justiça concedeu liberdade condicional a Lee.

Quando foi libertado, ele ainda estava proibido de trabalhar na Samsung por cinco anos. Essa decisão, no entanto, foi revogada em 2022, quando recebeu um perdão do presidente Yoon Suk Yeol, que, como procurador, liderou a investigação do caso Lee,

Dois meses depois, a Samsung Electronics nomeou o Sr. Lee como presidente executivo, menos de 15 meses após sua libertação,

Lee Jae-yong é o homem mais rico da Coreia do Sul, com fortuna estimada em US$ 9 bilhões, segundo a Bloomberg. Hoje, a Samsung é a maior empresa da Coreia do Sul.

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