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GVO busca aporte de capital para conter crise

Uma das companhias sucroalcooleiras mais tradicionais do país está em negociações para tentar levantar cerca de US$ 100 milhões


	Papeis: endividado, o grupo passa por um forte aperto de liquidez neste momento
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Papeis: endividado, o grupo passa por um forte aperto de liquidez neste momento (Dreamstime)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2014 às 08h03.

São Paulo - O Grupo Virgolino de Oliveira (GVO), uma das companhias sucroalcooleiras mais tradicionais do País, está em negociações para tentar levantar cerca de US$ 100 milhões para conter a crise financeira pela qual passa, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

A família Ruete Oliveira, controladora das quatro usinas do GVO, contratou o banco americano Moelis para assessorá-la na reestruturação do grupo, processo que já está em andamento.

Endividado, o grupo passa por um forte aperto de liquidez neste momento. Boa parte dos fornecedores de cana que abastecem as usinas do GVO está com pagamento atrasado.

O jornal O Estado apurou que alguns desses fornecedores querem reaver as terras arrendadas para companhia. Procurado, o grupo não comenta.

Há duas semanas, o GVO anunciou ao mercado a contratação do banco americano para promover a reestruturação financeira e dos escritórios Santos Neto Advogados e Kirkland & Ellis LLP para assessoria jurídica.

A situação financeira do grupo não é das melhores. A companhia está em pleno processo de renegociação de seus bonds (títulos de dívida externa), estimados em US$ 735 milhões. Uma parte deles tem vencimento em 2018 e a outra em 2022.

A companhia ainda deve cerca de US$ 200 milhões para bancos brasileiros, entre eles, Bradesco, Itaú, Santander, Pine e Votorantim. No mês passado, as agências de classificação de risco Moody´s, Fitch e S&P rebaixaram a nota da empresa por conta da deterioração da liquidez do grupo.

Fontes a par do assunto afirmaram à reportagem que as renegociações com os credores seguem firmes, mas o grupo precisa de mais uma injeção de capital para fazer frente aos problemas financeiros de curto prazo.

Esse aporte estaria sendo negociado com os próprios "bondholders" (detentores da dívida externa). Alguns deles, contudo, não estariam dispostos a colocar mais dinheiro na companhia, segundo fontes de mercado.

Pessoas familiarizadas com o assunto informaram que há expectativa de que novos investidores entrem com capital novo na companhia, no qual pode haver também novo rearranjo societário. Mas não há nada fechado até o momento.

Um dos mais tradicionais grupos do setor, o GVO é a maior companhia associada à Copersucar e também um dos seus maiores acionistas, com 10% de participação.

A Copersucar é a empresa responsável por 100% da comercialização de açúcar e etanol de suas usinas associadas - 45 unidades produtoras no total, representando 25 grupos.

A Copersucar tem como política pagar antecipadamente a produção de açúcar e álcool para parte de seus associados, dentro de um limite estipulado. O GVO é um dos que se financiam com a Copersucar.

"Quando a usina Aralco (que pertencia à Copersucar antes de entrar em recuperação judicial em maio deste ano) entrou em crise, a fiança bancária concedida às usinas associadas ficou muito mais limitada. Além disso, a restrição de crédito para o setor, de modo geral, está mais difícil", afirmou uma fonte ao jornal O Estado.

Com quatro usinas no Estado de São Paulo, com capacidade de moagem total de 12 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra, o GVO está entre os dez maiores grupos do País. A receita líquida na safra passada, a 2013/14, ficou em torno de R$ 1,2 bilhão. A seca deste ano prejudicou a safra do grupo.

Turbulência

Uma das fortes lideranças do passado, o GVO faz parte de um grande contingente de usinas abatidas pela crise financeira global de 2008. Altamente endividadas por causa de projetos de expansão de novas unidades, a turbulência do setor se agravou em 2009, levando muitas companhias a entrar em recuperação judicial e outras serem vendidas.

Com os preços do etanol atrelados à gasolina, as usinas também perderam competitividade nos últimos anos por causa dos poucos reajustes da Petrobras ao combustível. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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