Maquininhas: o uso dos pagamentos digitais no consumo das famílias deve passar de 37%, em dezembro de 2018, para 43,5% no fim de 2019, e a participação da indústria no produto interno bruto (PIB) deve saltar de 25% para 28% no mesmo período (Lia Lubambo/EXAME.com/Divulgação)
Natália Flach
Publicado em 26 de novembro de 2019 às 10h59.
Última atualização em 26 de novembro de 2019 às 11h00.
São Paulo - A guerra das maquininhas tem sido benéfica para os pequenos empreendedores. A taxa média cobrada pelas adquirentes sobre as transações (conhecida pela sigla MDR) 10%, ao passar de 2,06% no terceiro trimestre de 2018 para 1,86% no mesmo período de 2019, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
Esse percentual é resultado do recuo dos custos de transação com cartões de crédito (que teve queda de 8% de 2,47% para 2,27%) e com cartões de débito (que recuaram 16% de 1,36% para 1,14%). "O custo para o empreendedor caiu 25% em 10 anos", afirma Pedro Coutinho, presidente da Abecs.
As compras com cartões de crédito, débito e pré-pagos movimentaram 461 bilhões de reais no terceiro trimestre de 2019, alta de 18% em comparação com o mesmo período do ano passado. O cartão de crédito foi o carro-chefe dos meios de pagamento eletrônico, respondendo por 291,6 bilhões de reais (+19,3%) do total, seguido pelo cartão de débito com 163,9 bilhões de reais (+14%) e pelo pré-pago com 5,4 bilhões de reais (+85,5%).
No acumulado de janeiro a setembro, também houve avanço de 18% para 1,31 trilhão de reais, puxado principalmente pelo cartão de crédito com 826 bilhões de reais (+19%), seguido pelo cartão de débito com 471,6 bilhões de reais (+15,3%) e pelo pré-pago com 13,1 bilhões de reais (+76,3%).
Com isso, a expectativa é de que a indústria encerre o ano com volume de 1,84 trilhão de reais transacionados. Se confirmada a projeção, o uso dos pagamentos digitais no consumo das famílias passará de 37%, em dezembro de 2018, para 43,5%, e a participação da indústria no produto interno bruto (PIB) saltará de 25% para 28% em 2019.
O lado ruim é que houve um repique de inadimplência no terceiro trimestre, ao passar de 5,8% para 6,4%. "Houve uma alta como um todo no que se refere a pessoa física. Em parte é reflexo do desemprego que continua alto e da economia que não acelerou como deveria", afirma. "De qualquer forma, é um percentual bem menor do que o de janeiro, por exemplo."