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Pão de Açúcar quer mais lojas com mesmo investimento de 2013

Para este ano, o Grupo Pão de Açúcar prevê manter a política da redução de despesas gerais e administrativas

Funcionário do Pão de Açúcar arruma as prateleiras em uma loja da companhia no Shopping Conviva Americas, no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

Funcionário do Pão de Açúcar arruma as prateleiras em uma loja da companhia no Shopping Conviva Americas, no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 16h20.

São Paulo - O Grupo Pão de Açúcar deverá manter seus investimentos neste ano em patamar similar ao do ano passado, quando chegaram a 1,85 bilhão de reais, mas acredita poder acelerar a expansão das lojas com a otimização do capital alocado.

Em teleconferência com analistas nesta segunda-feira, o presidente da maior rede varejista do país, Ronaldo Iabrudi, afirmou que o grupo está focado no crescimento, mas com disciplina financeira.

"Vamos investir, em termos de valores, um montante muito próximo do que investimos em 2013, mas a gente tem como objetivo expandir mais do que expandimos, o que significa otimizar o capex (investimento) por metro quadrado", disse.

No ano passado, a companhia inaugurou 128 novas lojas em todas as suas divisões de negócios, que incluem supermercados e lojas de eletrodomésticos e móveis e comércio eletrônico. Até 2016, a expectativa é de abrir cerca de 645 unidades- uma média de 215 por ano -, conforme plano apresentado a investidores no fim de 2013.

Para fazer mais com o mesmo montante de recursos, a companhia contará com o conhecimento adquirido no passado para racionalizar os investimentos, disse o vice-presidente financeiro da companhia, Christophe Hidalgo.

O formato de Minimercado, destinado às compras de conveniência em espaços menores, ajudará o grupo a aumentar o número de lojas, já que exige menos investimento por unidade.

"Depois que você já está abrindo o Minimercado (número) 151, 152, entra em processo de normalização e domínio que permite capturar significativa vantagem", afirmou Hidalgo em conversa com jornalistas nesta sexta-feira.

Dos 400 novos pontos do varejo alimentar, que incluem as bandeiras Extra e Pão de Açúcar, previstos até 2016, 360 são Minimercado. Até o fim de 2013, o GPA contava com 164 unidades nesse formato.

Hidalgo também mencionou que o conhecimento trazido pela rede de varejo francesa Casino, controladora do grupo, e as últimas mudanças na cúpula administrativa da companhia ajudarão o GPA a ser mais eficiente nas novas aberturas.

No fim de janeiro, Iabrudi substuiu Enéas Pestana no comando do GPA. Outras mudanças no último ano envolveram a contratação de Líbano Barroso, ex-presidente da TAM, para o cargo de vice-presidente de infraestrutura e desenvolvimento estratégico, e Francisco Valim como CEO da Via Varejo -- unidade que reúne as bandeiras Casas Bahia e Ponto Frio.

"A gestão do passado foi ótima, mas estamos entrando com focos adicionais, modelos já comprovados em outros universos e outros países", disse.


Os planos deverão ser colocados em prática em um ambiente macroeconômico mais desafiador para o varejo. Na véspera, o IBGE divulgou que as vendas do setor fecharam o ano passado com alta de 4,3 por cento, na pior expansão em 10 anos.

Apesar de reconhecer um cenário mais "resfriado", Hidalgo afirmou que a companhia segue apostando no apetite do consumidor brasileiro.

"Temos uma característica que pouco ou nenhum varejista tem no país: operamos realmente em todos os formatos ... Essa oportunidade nos permite ser contracíclicos e capturar oportunidades", disse, acrescentando enxergar muito espaço para crescimento em regiões menos exploradas, como o Nordeste.

Corte de Gastos

Para 2014, o GPA prevê manter a política da redução de despesas gerais e administrativas tanto na operação alimentar quanto na Via Varejo.

Mas enquanto as economias vão subsidiar a prática de preços mais agressivos nos supermercados, com a manutenção da rentabilidade anual frente à obtida em 2013, na Via Varejo isso não deverá ocorrer, com a expectativa de aumento na margem Ebitda no ano, disse Hidalgo.

Na véspera, a companhia anunciou aumento de 27,5 por cento no lucro do último trimestre, a 687 milhões de reais, num resultado que superou as estimativas de analistas.

No período, as despesas com vendas, gerais e administrativas como percentual da receita líquida caíram 2,2 pontos percentuais ante igual trimestre de 2012, numa redução classificada por Hidalgo como sustentável.

Para o analista Richard Cathcart, do Espírito Santo Investment Bank, grande parte das economias obtidas na operação de varejo alimentar foram obtidas com a extinção de diversos níveis administrativos na gestão da companhia.

"O forte crescimento das vendas claramente também ajudou e nós pensamos que o GPA pode manter esta dinâmica, uma vez que continua com sua estratégia de investimento em preços. Isso está sendo realizado em um momento em que os maiores concorrentes do GPA Alimentar estão lutando por rentabilidade, o que cria uma oportunidade única na nossa opinião", escreveu Cathcart, em relatório.

As ações da companhia reagiam positivamente ao resultado do quarto trimestre, em alta de 2,57 por cento, a 97,95 reais, às 16h01, ante alta de 2,77 por cento do Ibovespa.

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