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Novidades sobre Cnova não mudam ajustes, diz Pão de Açúcar

Em comunicado divulgado ontem, a Cnova afirmava que ex-funcionários no Brasil vinham fazendo registros incorretos de forma intencional desde 2011


	Cnova: em comunicado divulgado ontem, a empresa afirmava que ex-funcionários no Brasil vinham fazendo registros incorretos de forma intencional desde 2011
 (Leandro Fonseca/Exame)

Cnova: em comunicado divulgado ontem, a empresa afirmava que ex-funcionários no Brasil vinham fazendo registros incorretos de forma intencional desde 2011 (Leandro Fonseca/Exame)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2016 às 11h36.

São Paulo - A administração do Grupo Pão de Açúcar afirma no balanço de 2015 que durante a preparação das demonstrações financeiras considerou todas as informações disponíveis sobre a investigação interna sobre a Cnova, que resultou em perdas de R$ 177 milhões, e que "não acredita que novas informações poderão impactar ou mudar de forma relevante os ajustes identificados até o momento."

A Cnova, que é o braço de comércio eletrônico do grupo e subsidiária da Companhia Brasileira de Distribuição, considerou imateriais os efeitos relacionados a anos anteriores apontados pela investigação interna, realizada por escritórios de advocacia, os quais representam cerca de 45% do efeito total registrado no exercício de 2015.

A investigação sobre as práticas de empregados na gestão dos estoques, ligadas ao registro de equipamentos devolvidos por clientes em razão de defeitos, foi iniciada em 18 de dezembro de 2015.

Segundo a Cnova informou anteriormente, a companhia tem por política enviar um produto substituto quando o cliente reporta que a mercadoria pedida não foi recebida ou foi danificada. Mas esse novo envio vinha sendo registrado como uma segunda venda e as mercadorias devolvidas não constavam como tendo retornado para a Cnova Brasil.

Em comunicado divulgado ontem, a Cnova afirmava que ex-funcionários no Brasil vinham fazendo registros incorretos de forma intencional desde 2011. Em janeiro, a companhia divulgou a renúncia do então Co-CEO da Cnova e responsável pela operação brasileira, German Quiroga.

A Cnova considerou que o valor total desse impacto no Ebit (lucro antes de juros e impostos) está dentro da estimativa de R$ 180 milhões a R$ 200 milhões em perdas que havia sido dada ao mercado em janeiro.

No demonstrativo de 2015, a companhia ressalta que os efeitos dos ajustes identificados são materialmente relacionados ao ano passado. Os principais efeitos são R$ 47 milhões de provisionamento adicional de produtos com defeito; R$ 75 milhões de baixa de itens em trânsito com transportadores e R$ 55 milhões de complemento de contas a pagar a fornecedores.

A companhia explica ainda que o ajuste de baixa de itens em trânsito com transportadores inclui o efeito de R$ 110 milhões como redução nas vendas líquidas.

E conclui: "Os efeitos relacionados a anos anteriores oriundos da investigação acumulados nos montantes acima são considerados imateriais em relação às principais linhas das demonstrações financeiras como em relação às demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Esta conclusão foi alcançada pela Administração da Companhia, após considerações sobre aspectos quantitativos e qualitativos relacionados."

O GPA relata que a administração da Cnova, junto com os escritórios de advocacia e consultores contratados, fez uma contagem completa do inventário físico em 31 de dezembro de 2015, nas sete centrais de distribuição que possui no Brasil, a qual não indicou discrepância significativa no número esperado de novos itens do estoque.

Porém, foram encontradas inconsistências na avaliação de produtos danificados e/ou retornados, o que gerou uma provisão adicional para perdas com produtos com defeito de R$ 47 milhões.

Nas notas explicativas, o balanço do GPA apresenta detalhamento da rubrica contas a pagar também dos efeitos quanto a fornecedores, em que foi gerado um complemento de R$ 55 milhões devido a algumas entradas incorretas intencionalmente realizadas, e contas a receber de transportadoras, onde "os procedimentos falharam em reverter as vendas secundárias das vendas líquidas".

Este procedimento resultou em baixa de R$ 75 milhões de itens em trânsito com transportadores, sendo R$ 110 milhões na receita e ajuste de despesa de vendas de R$ 31 milhões.

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