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Grupo Pão de Açúcar começa a lucrar com imóveis

Alexandre Vasconcelos foi nomeado CEO da nova divisão, que deve trazer resultados complementares ao negócio de varejo

Loja Pão de Açucar (Divulgação)

Loja Pão de Açucar (Divulgação)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 24 de julho de 2012 às 13h06.

São Paulo – A GPA Malls & Properties, área do Grupo Pão de Açúcar que administra os ativos imobiliários da rede de varejo, começa a trazer retorno pela primeira vez na história da companhia: 98 milhões de reais em receita foram registrados no segundo trimestre deste ano. Como resultado, o grupo promoveu Alexandre Vasconcelos de diretor-geral a CEO da divisão.

“Cada loja aberta pelo Pão de Açúcar tem um potencial imobiliário imenso para ser explorado”, afirmou hoje Enéas Pestana, presidente do Grupo Pão de Açúcar, durante a teleconferência de resultados da empresa hoje pela manhã. “Daqui para frente um dos nossos focos será buscar maneiras de explorar o nosso ativo imobiliário para que isso possa trazer resultados recorrentes para o grupo”, disse ele.

A divisão fechou contratos de permuta de terrenos com as construtoras Cyrela, RFM e Helbor para construção de três imóveis comercial e residencial em um total de Valor Geral de Vendas (VGV) de 796,2 milhões de reais. O maior deles, em parceria com a Cyrela, tem lançamento previsto para agosto e um VGV de 500 milhões de reais. Trata-se de um empreendimento com 399 apartamentos residenciais e 630 escritórios, localizado na Faria Lima, na capital Paulista.

“Estávamos trabalhando na nova divisão há cerca de quatro anos e, como o retorno é bem diferente ao de nosso negócio de varejo, nos estruturamos muito bem para começar a dar resultados frequentes daqui para frente”, afirma Vasconcelos.

Impacto nos resultados

O lucro do grupo no segundo trimestre ficou em 255 milhões de reais ante ganho de 91 milhões de abril a junho de 2011 – o lucro, excluído os ganhos com ativos imobiliários, ficaria em 159 milhões de reais.

O ebtida do grupo, de 692 milhões de reais sobe para 787 milhões de reais com a inclusão da divisão de permutas de terrenos. A geração de caixa ficou praticamente em linha com o esperado pelo mercado, segundo pesquisa da Reuters com oito analistas. A margem ebitda no período ficou praticamente estável, passando de 5,7 para 5,8%, excluindo resultados da divisão GPA Malls & Properties, que administra os ativos imobiliários da rede de varejo. Com os ativos imobiliários, a margem fica em 6,5%.


A companhia apurou uma receita líquida de vendas consolidada de 12,037 bilhões de reais no segundo trimestre, crescimento de 6,8% no comparativo anual e ligeiramente abaixo do esperado por analistas, de faturamento de 12,122 bilhões de reais.

Investimentos mantidos

Pestana deixou claro que os 1,8 bilhão de reais de investimentos previstos para este ano serão mantidos, especialmente no que se refere a crescimento de área de vendas. No primeiro semestre do ano passado, o grupo investiu 111 milhões de reais e no mesmo período deste ano 232 milhões de reais. “O que mostra nossa estratégia de concentrar esforços em uma expansão orgânica”, afirma Pestana.

Na área alimentar, a companhia encerrou a transformação de 65 lojas mini-mercado e agora foca na abertura de outas 19 lojas no próximo trimestre e outras 30 de outubro a dezembro – serão até 55 lojas no ano neste modelo. “Esse modelo negócio tem se mostrado uma ótima alternativa em especial nas grandes cidades”, afirma José Roberto Tambasco, vice-presidente do GPA. Segundo Tasmbasco, o grupo ainda deve abrir, em agosto, um quatro hipermercado da rede, superando os planos do início do ano.

Na divisão Assaí, margem ebitda passou de patamares de 1,5% para 3,8% neste período, reflexo de esforço da divisão em reduzir custos, adequar mix de produtos e lojas para atender clientes jurídicos - comerciantes. “Com isso, nosso etida evoluiu de 14 para 40 milhões de reais no segundo trimestre, tivemos crescimento de 10% nas vendas das mesmas lojas e uma redução de custo de 26%”, afirmou Belmiro Gomes, diretor de Atacado Autosserviço do grupo.

De acordo com Belmiro, a divisão saiu de um prejuízo para um lucro de 34 milhões de reais em um ano. O novo posicionamento na parte de expansão do Assaí também está seguindo as mudanças e sendo feito na abertura de lojas com área um pouco maior, que requer menor uso de mão-de-obra.

ViaVarejo

Na ViaVarejo, divisão que inclui Casas Bahia e Ponto Frio, uma loja piloto baseada no novo posicionamento de marca da divisão serviu como base para a transformação de outras 21 lojas da rede. “Com um novo mix de produtos, somos hoje o maior vendedor de tela LCD e LED por causa do novo conceito das lojas”, afirmou Raphael Klein, diretor presidente da empresa. Outras 60 lojas ainda devem ser abertas este ano.

Na Nova Pontocom, o crescimento do negócio ficou em 10%, incluindo vendas com atacado, e a divisão atingiu um patamar de receita de 4 bilhões de reais, tamanho de toda Globex quando incorporada ao GPA, em 2009, segundo German Quiroga, presidente executivo da Nova Pontocom. A briga por preço em um cenário mais competitivo, como o atual, não será uma opção. “Estamos preparados para competir, mas escolhemos pela rentabilidade aos acionistas”, diz ele.

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