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Grupo japonês IHI fecha compra de 25% do EAS

Desenhado após um ano de negociações, o contrato prevê que a Queiroz Galvão e a Camargo Corrêa reduzam as participações no EAS dos atuais 50% para 37,5% cada uma


	Estaleiro Atlântico Sul: a compra da participação no EAS marca o retorno da IHI ao Brasil
 (C.A.Müller/ Wikimedia Commons)

Estaleiro Atlântico Sul: a compra da participação no EAS marca o retorno da IHI ao Brasil (C.A.Müller/ Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 09h29.

Rio de Janeiro - O grupo japonês IHI (Ishikawajima-Harima Heavy Industries) fechou a compra de uma fatia de 25% do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco.

Desenhado após um ano de negociações, o contrato prevê que a Queiroz Galvão e a Camargo Corrêa reduzam as participações no EAS dos atuais 50% para 37,5% cada uma. Além da transferência de tecnologia, os japoneses farão um aporte de R$ 207 milhões no EAS.

Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o presidente executivo da IHI no Brasil, Osami Imai, afirmou que a intenção do grupo é elevar a um terço (cerca de 33%) a participação acionária no EAS num horizonte de seis meses a um ano. "A nossa intenção (no Brasil) é focar o EAS", disse, descartando outras parcerias no momento.

Outras duas empresas integram o consórcio que fechou a aquisição, aprovada nesta terça-feira, 11, no Japão.

A participação de 25% será dividida entre a IHI (60%), pela subsidiária naval Japan Marine United (JMU, com 15%) e pela empresa independente Japan Gasoline Company (JGC, com 25%), companhia de engenharia especializada em projetos industriais nas áreas de refino e gás natural liquefeito (GNL).

Questionado sobre a demora para sacramentar o acordo com os sócios brasileiros do EAS - as tratativas começaram em abril de 2012 -, Imai disse apenas que se deveu à complexidade do contrato.

Inicialmente, não estava prevista a entrada dos japoneses como sócios no EAS, mas apenas como uma espécie consultores tecnológicos. Agora, eles também aportarão capital no negócio.

O presidente executivo da IHI no Brasil - que teve ao longo dos últimos meses encontros com os presidentes da Petrobras, Graça Foster, da Petrobras Transporte S.A. (Transpetro), Sérgio Machado, e da Sete Brasil, João Ferraz - afirmou que haverá transferência tecnológica e que a exigência de conteúdo local do governo brasileiro será atendida.


"Queremos transferir nossa tecnologia e expertise na construção de navios ao EAS para aumentar sua competitividade. O estaleiro tem de ficar lucrativo", disse Imai, que mencionou também corte de custos.

O plano de ação da IHI para atingir essa eficiência no EAS não foi detalhado. Ele admitiu que o estaleiro ainda levará algum tempo para entrar nos trilhos, mas pontuou como prioridade o cumprimento dos prazos acertados com a Transpetro e a Petrobras, para quem o EAS construirá sete plataformas FPSO.

Desde julho, 30 engenheiros da IHI dão assistência técnica à operação do EAS. A IHI quer ter um executivo na diretoria executiva do estaleiro pernambucano, o que negocia com Queiroz Galvão e Camargo Corrêa. Também terá presença no conselho de administração do estaleiro. "Agora, somos sócios e temos responsabilidade no controle do estaleiro e na definição de sua estratégia", afirmou.

A compra da participação no EAS marca o retorno da IHI ao Brasil. A multinacional japonesa teve operações no País de 1958 a 1994, quando fechou uma fábrica de máquinas para o setor de mineração e o estaleiro Ishkawajima, no bairro do Caju, no Rio. Ironicamente, a saída do Brasil, às vésperas do lançamento do Plano Real, foi motivada pelo peso da hiperinflação sobre os custos de produção, disse Imai.

No início de 2012, o EAS perdeu o parceiro tecnológico, após a coreana Samsung ter deixado o projeto. Encontrar um novo sócio com expertise na construção de navios era uma das condições impostas pela Transpetro para a retomada da encomenda de 12 navios ao EAS, suspensa desde maio de 2012.

O contrato de R$ 4,2 bilhões foi reativado no fim de maio de 2013. A IHI também trará para o estaleiro brasileiro a tecnologia para a construção de navios-sonda.

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