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Gross, da Pimco, diz que El-Erian está tentando o sabotar

Presidente-executivo que está saindo estaria buscando sabotagem por relatar ao Wall Street Journal as tensões crescentes entre os dois


	Bill Gross: reportagem do Wall Street Journal de 24 de fevereiro esmiuçou a deterioração de uma antes alardeada parceria entre Gross e El-Erian na gestão de ativos
 (Scott Eells/Bloomberg)

Bill Gross: reportagem do Wall Street Journal de 24 de fevereiro esmiuçou a deterioração de uma antes alardeada parceria entre Gross e El-Erian na gestão de ativos (Scott Eells/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2014 às 11h52.

São Paulo - O co-fundador e co-vice-presidente de investimentos da Pacific Investment Management (Pimco), Bill Gross, acusou o presidente-executivo que está saindo Mohamed El-Erian de buscar "sabotá-lo", por supostamente relatar ao Wall Street Journal as tensões crescentes entre os dois executivos que têm liderado em conjunto a maior gestora de bônus do mundo.

Gross disse à Reuters ter evidências de que El-Erian "escreveu" uma reportagem de 24 de fevereiro no Wall Street Journal, que descreveu a relação em deterioração entre os dois conforme o desempenho da Pimco piorava no ano passado, incluindo uma discussão entre eles na presença de mais de uma dúzia de colegas de trabalho na sede da empresa em Newport Beach, Califórnia.

Gross, que supervisiona cerca de 2 trilhões de dólares em ativos e é conhecido em Wall Street como o "Rei dos Bônus", disse em uma conversa por telefone com a Reuters na última sexta-feira: "Estou tão cansado de Mohamed tentar me sabotar".

Quando perguntado se poderia mostrar à Reuters as evidências sobre El-Erian e a alegação de que ele estaria envolvido no artigo do jornal, Gross disse: "Vocês estão do lado dele. Que ótimo, ele fisgou vocês também".

Gross disse saber que El-Erian, que era visto por muitos como sucessor de Gross mas que agora deve sair da Pimco em meados de março, também tinha feito contato com a Reuters, além do Wall Street Journal.

Gross indicou que ele vinha monitorando as chamadas de El-Erian.

Um porta-voz da Pimco disse em um comunicado por e-mail: "O Sr. Gross não fez as declarações que a Reuters atribui a ele. Ele nega categoricamente ter dito que esta empresa já teve acesso às chamadas telefônicas do Sr. El-Erian o que o Sr. El-Erian 'escreveu' qualquer artigo anterior na mídia".

O porta-voz acrescentou que, "como uma companhia regulada, a Pimco possui a obrigação de reter registros das comunicações de seus funcionários para ajudar a assegurar o atendimento das políticas da empresa".


A dona da Pimco, o grupo alemão de serviços financeiros Allianz, não estava imediatamente disponível para comentar o assunto.

El-Erian não pôde ser localizado para falar sobre o tema.

Uma porta-voz da Dow Jones, responsável pela publicação do Wall Street Journal, quando perguntado se El-Erian "escreveu" a reportagem sobre a Pimco, disse: "Esta é uma reivindicação espantosamente incorreta sobre um artigo feito na melhor tradição do The Wall Street Journal".

El-Erian assinou um acordo confidencial como parte dos termos de sua saída da Pimco, de acordo com uma fonte próxima a ele. A Reuters não conseguiu informações sobre os detalhes de seu pacote de saída, incluindo os aspectos de sigilo ou o valor de seu pagamento.

A reportagem do Wall Street Journal de 24 de fevereiro esmiuçou a deterioração de uma antes alardeada parceria entre Gross e El-Erian na gestão de ativos. O artigo revela as crescentes tensões entre os dois executivos sobre o estilo de gestão mais combativa de Gross e sobre se ele deveria confiar mais em outros gestores de investimentos.

"Eu tenho um histórico de 41 anos de investir excelência", teria dito Gross a El-Erian um dia em junho do ano passado, de acordo com o artigo do Wall Street Journal, que cita duas testemunhas como suas fontes. "O que você tem?" "Estou cansado de limpar sua m---", teria respondido El-Erian, referindo-se ao modo de condução da Pimco por Gross, disseram as duas fontes ao jornal.

Uma fonte que estava presente no momento da conversa entre os dois executivos confirmou à Reuters que o relato do diálogo pelo jornal foi preciso.

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