Passageiros formam fila para embarcar em um voo da Lufthansa no Aeroporto de Tegel, em Berlim: as interrupções afetaram em primeiro lugar este aeroporto (Sean Gallup/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2012 às 20h16.
Berlim - Um total de 306 voos da companhia aérea alemã Lufthansa foram cancelados nesta terça-feira, como consequência do novo dia de greve da tripulação de cabine dessa companhia aérea, centralizada nos aeroportos de Berlim, Frankfurt e Munique.
O maior número de cancelamentos, cerca de 220, aconteceu em voos que partiam ou tinham como destino Frankfurt, o aeroporto de maior tráfego aéreo do continente, o que afetou aproximadamente metade dos trajetos domésticos ou europeus, segundo fontes da companhia que gerencia o aeroporto, a Fraport.
As interrupções afetaram em primeiro lugar o aeroporto de Tegel, em Berlim, onde o pessoal da greve parou às 5h (horário local, 0h de Brasília) e tinha previsto prolongar o movimento até às 13h (8h).
Em Frankfurt, a greve foi programada para a partir das 6h (1h de Brasília) e até às 14h (9h), enquanto se previa que Munique se somaria à medida às 13h (8h).
O sindicato UFO exige melhoras salariais para o pessoal de cabine e a renúncia da principal companhia aérea europeia a contratar pessoal externo para reduzir custos.
A campanha de greves foi aberta na sexta-feira passada em Frankfurt e se estendeu hoje ao aeroporto berlinense de Tegel e ao de Munique.
A UFO acusa a patronal de 'arrogância', por não ter oferecido melhoras substanciais a sua oferta de partida, e ameaça generalizar a greve a todos os aeroportos onde essa companhia aérea opera.
Um porta-voz da Lufthansa assinalou que a greve de hoje é desproporcional e atenta diretamente contra os interesses dos passageiros, principais prejudicados das medidas de protesto.
O primeiro dia da greve na sexta-feira passada, de oito horas de duração, provocou um caos em Frankfurt, onde a Lufthansa foi obrigada a cancelar cerca de 200 voos e a greve provocou numerosos atrasos em outros trechos, também em terceiras companhias.
A empresa aérea alemã comunicou, enquanto isso, que vai tentar se preparar o melhor possível para enfrentar as novas interrupções, apesar de ter reconhecido que a margem de seis horas para a convocação é muito reduzida para tentar minimizar os efeitos da greve.
O sindicato UFO joga com o fator surpresa e, apesar de ter decidido ir à greve em meados da semana passada, avisa, com algumas horas de antecedência, sobre os pontos onde as interrupções são feitas.
Com isso tenta evitar que a companhia aérea reduza os efeitos da greve com o apoio de outras empresas associadas ou pessoal terceirizado.
O UFO anunciou na terça-feira passada o início das interrupções após o fracasso das negociações com a direção da maior companhia aérea da Europa e após consultar seus filiados, que respaldaram majoritariamente a greve.
Após três anos de congelamento salarial e 13 meses de negociações infrutíferas, o UFO exige para o pessoal de cabine da Lufthansa aumentos salariais de 5% e o compromisso da mesma de não contratar pessoal externo.
O sindicato setorial representa os interesses da maioria dos 19 mil tripulantes da Lufthansa e, por enquanto, não incluirá em suas interrupções os trabalhadores das filiais Cityline, Eurowings e Germanwings.