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GranBio atinge etapa final antes de vender etanol 2ª geração

Primeira fábrica de etanol de segunda geração do Brasil está na fase final de preparação para iniciar operações em escala comercial


	Bagaço de cana-de-açúcar: etanol de 2ª geração é produzido a partir do aproveitamento da biomassa da cana (bagaço e palha)
 (USP-São Carlos)

Bagaço de cana-de-açúcar: etanol de 2ª geração é produzido a partir do aproveitamento da biomassa da cana (bagaço e palha) (USP-São Carlos)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2014 às 16h09.

São Paulo - A primeira fábrica de etanol de segunda geração do Brasil está na fase final de preparação para iniciar operações em escala comercial, e aponta ganho de competitividade para usinas que adotarem esta tecnologia, disse um alto executivo da GranBio nesta terça-feira.

"O que estamos fazendo agora é o processo de comissionamento da planta, que é quando se faz a sintonia fina ajustando todas as áreas da planta para receber a biomassa e ter etanol dentro da especificação", disse o vice-presidente da GranBio, Alan Hiltner, no intervalo de seminário internacional de biocombustíveis.

Ele explicou que este processo de ajuste demora em média de 30 a 60 dias. Será após esta etapa que a empresa informará publicamente a data de inauguração da fábrica.

Esta primeira planta da Granbio, instalada no Estado de Alagoas, em consórcio com uma usina local, terá capacidade anual de produção de 82 milhões de litros de etanol.

Na avaliação do executivo, a indústria de etanol de segunda geração seria uma das alternativas para aliviar a crise que afeta o setor sucroalcooleiro, uma vez que contribui para um aumento da produtividade das usinas.

"Qualquer solução que aumente a lucratividade do usineiro, ajuda a sair da crise. O etanol de segunda geração faz este papel, principalmente, quando se faz este consórcio de primeira e segunda (geração no processo de produção)", disse.

Hiltner explicou que esta combinação permite uma produção de etanol a um custo unitário mais baixo do que apenas com a primeira geração. O consórcio, segundo ele, permitiria um aumento de 45 por cento na produção de etanol por hectare.


O executivo ressaltou que a companhia deve começar com um volume menor e, gradativamente, atingir a marca de quase 7 milhões de litros ao mês. "Eu acredito que em alguns meses (a unidade atinja a capacidade no mês)", disse.

A partir daí, a empresa deve monitorar as condições de preços relativos para decidir se a produção será destinada ao mercado interno ou externo.

"A gente sempre vai preservar a liberdade de ver o que é mais vantajoso... Não temos compromisso de longo prazo nem com o mercado externo e nem interno", disse ele, acrescentando que esta decisão permitirá à empresa comercializar o produto onde o preço estiver mais favorável.

Ele explicou que o etanol de segunda geração, produzido a partir do aproveitamento da biomassa da cana (bagaço e palha), tem especificações iguais ao de primeira geração, não demandando adaptações para distribuir o produto internamente.

Contudo, se a venda for destinada aos Estados Unidos, por exemplo, a logística precisa ser adaptada porque o etanol de segunda geração é ambientalmente mais valorizado.

"Como o governo paga um prêmio para o etanol de segunda geração... Tem que ter segurança, então o caminhão precisa ser dedicado, o tanque de navio não pode misturar do etanol de segunda com o de primeira", explicou.

A fábrica é um primeiro passo para a companhia que prevê novos investimentos na área, que só virão após a inauguração desta primeira unidade.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vê potencial para o Brasil produzir até 130 milhões de litros na produção de etanol de segunda geração em 2015. O volume, contudo, ainda é pequeno, representando apenas 0,5 por cento da oferta total do combustível no país.

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