Odebrecht: o governo mexicano referendou "seu compromisso com a efetiva investigação de atos que se afastem dos princípios éticos do serviço público" (Drawlio Joca/Divulgação)
EFE
Publicado em 23 de dezembro de 2016 às 15h56.
Última atualização em 23 de dezembro de 2016 às 20h14.
Cidade do México - O governo do México, através de sua Secretaria da Função Pública (SFP), e a Petróleos Mexicanos (Pemex) vão investigar se a Odebrecht, acusada de pagar aproximadamente US$ 788 milhões em propinas em 12 países, também deu dinheiro a servidores públicos do país.
Em comunicado, a SFP destacou que, através de sua Unidade de Responsabilidades e junto com a Pemex, está compilando "todas as informações disponíveis" sobre as suspeitas de que a Odebrecht e sua subsidiária Braskem, a maior petroquímica da América Latina, "teriam pago propinas a servidores públicos em países de três continentes, entre eles o México".
Na breve mensagem, o governo mexicano referendou "seu compromisso com a efetiva investigação de atos que se afastem dos princípios éticos do serviço público".
Segundo documentos divulgados na quarta-feira pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a construtora pagou aproximadamente US$ 788 milhões em países de América Latina e África em propinas.
Os pagamentos foram feitos em relação a "mais de 100 projetos em 12 países, incluindo Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela", segundo os documentos do Tribunal do Distrito Ocidental de Nova York.
"Esses desvios de conduta lamentáveis, reconhecidos publicamente, estão sendo investigados, e todas as medidas estão sendo adotadas", disse o encarregado da nova política anticorrupção de Odebrecht, Sérgio Foguel.
No México, as propinas somariam US$ 10,5 milhões, e a Odebrecht obteve mais de US$ 39 milhões em lucro com os contratos que garantiu.