Redação Exame
Publicado em 24 de maio de 2024 às 06h26.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, em inglês) e mais de 20 estados entraram nesta quinta-feira com um processo para acabar com a Live Nation da forma como ela está configurada hoje, argumentando que a promotora de shows e a Ticketmaster inflacionaram ilegalmente os preços dos ingressos dos shows e prejudicaram os artistas. "É hora de acabar com a Live Nation", disse o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, visando obrigar a empresa de eventos a vender a gigante de bilheteria.
Com a Ticketmaster, a Live Nation controla 80% das vendas de ingressos, 265 locais de shows na América do Norte e gerencia mais de 400 artistas musicais, segundo o DoJ.De acordo com reportagem da Reuters, fãs de shows e políticos há anos pedem uma reavaliação da compra da Ticketmaster pela Live Nation em 2010 (aprovada pelo governo Obama), especialmente depois que em 2022 houve muita confusão nas vendas de ingressos para o The Eras Tour, de Taylor Swift, enviando os fãs para filas online de horas, cobrando preços que os clientes disseram ser muito altos, além das taxas consideradas abusivas.
As ações da Live Nation caíram 8,3% na tarde de quinta-feira após o anúncio do governo norte-americano.
A Live Nation chamou o processo de uma possível "vitória de relações públicas para o Departamento de Justiça no curto prazo", mas disse que a empresa de entretenimento irá vencer na Justiça. O processo "não resolverá as questões que os fãs se preocupam em relação aos preços dos ingressos, taxas de serviço e acesso a shows". E completou: "Há mais concorrência do que nunca no mercado de eventos ao vivo".
A ação desta quinta-feira ressalta a abordagem que as autoridades antitruste do presidente Joe Biden adotaram ao tentar criar mais concorrência em uma ampla gama de setores, de big techs a saúde e alimentos.