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GoPro em queda livre: vendas congelam e projeção desanima

As ações caíram para o patamar mais baixo já registrado depois que lucros do quarto trimestre e a projeção da receita futura foram piores do que o esperado


	GoPro: demanda pela linha de câmeras Hero, da GoPro, popularizada por fãs dos esportes extremos que exibem suas proezas, está começando a diminuir
 (Divulgação/GoPro)

GoPro: demanda pela linha de câmeras Hero, da GoPro, popularizada por fãs dos esportes extremos que exibem suas proezas, está começando a diminuir (Divulgação/GoPro)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2016 às 20h27.

As ações da GoPro caíram para o patamar mais baixo já registrado depois que tanto os lucros do quarto trimestre quanto a projeção da receita futura foram piores do que o previsto pelos analistas.

A ação registrava uma queda de 14 por cento, para US$ 9,20, às 9h36, horário de Nova York, seu preço mais barato desde que começou a ser negociada em bolsa, em junho de 2014.

As ações já tinham perdido 89 por cento até a quarta-feira, em comparação com o pico de US$ 93,85 atingido em outubro de 2014.

A demanda pela linha de câmeras Hero, da GoPro, popularizada por fãs dos esportes extremos que exibem suas proezas, está começando a diminuir.

O modelo mais novo, Hero4 Session, foi lançado muito antes da temporada de Natal, que é crítica, e sofreu duas reduções de preço antes de as vendas acabarem deslanchando.

A companhia recebeu queixas de que seu software de edição não era fácil de usar e os investidores estão preocupados com a concorrência de empresas como a Apple. Embora a GoPro tenha gerado entusiasmo com seu próximo drone, o lançamento só deve acontecer mais tarde neste ano.

“Estávamos esperando notícias ruins e recebemos piores”, disse Charlie Anderson, analista da Dougherty Co. “Os investidores não vão esperar nenhum lucro. A maioria dos investidores precisa ver mais desempenho”.

Isso aumentou a pressão sobre o CEO Nicholas Woodman para inovar e atrair outros usuários de fora de sua base de admiradores, composta por fãs de aventura e cineastas amadores. Woodman está pedindo que os investidores tenham paciência.

A empresa lançará um novo software de edição em março e o fundador disse aos analistas em uma teleconferência que a conexão das próximas câmeras com smartphones e com a nuvem será melhor.

O novo drone, Karma, e a câmera Hero5 serão lançados neste ano, e a GoPro está desenvolvendo vários produtos no campo da realidade virtual.

“Reconhecemos os desafios que nossa empresa está enfrentando”, disse Woodman aos analistas. “Em 2016, nós nos comprometemos a oferecer a experiência revolucionária que todos estão esperando”.

Prejuízo

Para o trimestre crítico das vendas de fim de ano, a GoPro informou um prejuízo de 8 centavos de dólar por ação, excluindo-se certos custos, em comparação com um lucro de 99 centavos de dólar no ano anterior.

Os analistas projetavam em média um lucro de 1 centavo de dólar, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A receita foi de US$ 436,6 milhões, em comparação com a estimativa média de US$ 434,9 milhões depois que a empresa divulgou resultados preliminares no dia 13 de janeiro e disse que eliminaria 7 por cento de sua força de trabalho.

A GoPro também anunciou que o diretor financeiro, Jack Lazar, vai deixar o cargo. Brian McGee, que entrou na GoPro em 2015 vindo da Qualcomm, vai substituir Lazar como diretor financeiro a partir de 11 de março, disse a empresa.

As vendas da GoPro sofreram quando a empresa teve que reduzir duas vezes o preço do modelo mais novo, Hero4 Session.

Quando a GoPro rebaixou o preço para US$ 200 em dezembro, em comparação com o preço inicial de US$ 400 em julho, os estoques tinham se acumulado, prejudicando as margens no quarto trimestre. Esse impacto parece persistir e a GoPro prevê que a receita do primeiro trimestre ficará entre US$ 160 milhões e US$ 180 milhões, em comparação com a estimativa média dos analistas, de US$ 287,3 milhões.

“O cenário pessimista é que o crescimento do mercado tenha chegado ao pico e fique negativo por um tempo”, disse Robert Stone, analista da Cowen Co., que tem uma classificação de desempenho de mercado para a GoPro. “Eles precisam fazer alguma coisa para empolgar as pessoas novamente”.

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