Escova de dentes: para Google, empresas têm que ser tão úteis quanto objeto de higiene (Stock.XCHNG)
Luísa Melo
Publicado em 19 de agosto de 2014 às 09h53.
São Paulo - Larry Page, presidente do Google, só permite que a gigante adquira uma outra empresa depois de aplicar o "teste da escova de dentes". A avaliação consiste em responder uma pergunta bem simples: "isso é algo que eu vou usar uma ou duas vezes ao dia e que vai fazer a minha vida melhor?".
"Larry vai olhar para potenciais negócios em um estágio muito inicial", disse Donald Harrison, vice-presidente de desenvolvimento corporativo do Google, ao The New York Times para justificar o fato de a companhia usar o método inustitado em vez de consultar bancos de investimentos na hora de realizar processos de compra.
"Banqueiros podem ajudar, mas eles não estão necessariamente no centro da discussão", explicou.
Isso significa que, para ser vista por Page como um bom investimento, uma empresa não precisa exatamente apresentar lucros no presente, mas é essencial que ela seja, de alguma forma, útil no longo prazo.
Foi dessa maneira que se deu a aquisição da Nest, no começo do ano, por 3,2 bilhões de dólares. Na avaliação do NYT, as vendas atuais da fabricante de termostatos são só "uma gota no oceano de lucros do Google", mas o negócio permitiu que a empresa de tecnologia entrasse em um mercado que tem potencial para crescer aos montes: o da "Internet das Coisas", dos dispositivos conectados à web e que são usados em casas, locais de trabalho ou mesmo cidades.
Seguindo a mesma lógica, porém, outra negociação do Google não foi tão bem-sucedida. Em 2010, a companhia comprou sem o aconselhamento de bancos, de acordo com o jornal, a empresa de aplicativos Slide. Um ano mais tarde, ela foi fechada.