O perfil de Solomon difere de muitos ex-CEOs do Goldman, que subiram na carreira com grande foco na negociação (Brendan McDermid/Reuters)
AFP
Publicado em 12 de março de 2018 às 15h47.
O Goldman Sachs apontou, nesta segunda-feira (12), a possibilidade de indicar David Solomon como o próximo CEO, quando o banco dá ênfase aos serviços de empréstimo e consultoria aos clientes, tirando o foco da comercialização.
O banco de investimentos anunciou que o copresidente Harvey Schwartz vai se aposentar, tornando Solomon o único presidente, uma decisão considerada um passo-chave para a sucessão.
"David Solomon vai atuar como único presidente e diretor operacional da empresa quando Harvey se aposentar", anunciou o banco em nota.
Uma reportagem de sexta-feira do Wall Street Journal aponta que o atual CEO Lloyd Blankfein pode se aposentar neste ano.
Considerado como o rei incontestável de Wall Street, o Goldman Sachs passou por um maior escrutínio ao longo dos últimos anos. Os retornos de suas divisões de comercialização, outrora formidáveis, ficaram mais fracos, e seu concorrente Morgan Stanley foi reconhecido por seus serviços de gerenciamento de ativos.
O perfil de Solomon difere de muitos ex-CEOs do Goldman, que subiram na carreira com grande foco na negociação. Blankfein, por exemplo, liderou setores que cuidavam de moedas, commodities, renda fixa e negociação de ações.
Solomon, antes de ser aprovado para o cargo de co-presidente em dezembro de 2016, trabalhou durante uma década como co-líder do banco de investimentos.
"Você não está promovendo alguém que é estritamente um comerciante, porque isso é algo em que eles estão trabalhando e pelo que foram criticados", disse Michael Wang, analista da Morningstar.
"O futuro do Goldman Sachs vai ser pelo lado da consultoria dos bancos de investimento, serviços ao consumidor, novas oportunidades de mercado", explicou Ken Leon, analista da CFRA Research.
"É menos sobre botar mais dólares na mesa de operações, porque as negociações, no melhor dos casos, são cíclicas, ou mudaram desde a crise financeira, com a maior regulamentação", afirmou.