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Gol voltará a voar para Europa e EUA com voos fretados

Segunda maior companhia aérea brasileira sofria prejuízo anual de 500 milhões de reais por manter aeronaves no chão

A Gol reformulou os Boeing 767, herdados da Varig, para realizar voos fretados e reduzir o prejuízo que as aeronaves davam para o caixa da companhia aérea (.)

A Gol reformulou os Boeing 767, herdados da Varig, para realizar voos fretados e reduzir o prejuízo que as aeronaves davam para o caixa da companhia aérea (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São Paulo - A Gol Linhas Aéreas já começou a fechar contratos com operadoras de turismo como a CVC para realizar voos internacionais fretados com destino às ilhas do Caribe, aos Estados Unidos (Orlando) e a alguns países da Europa como a Itália (Roma) e a Espanha (Madrid). A partir de julho deste ano, a segunda maior empresa de aviação no Brasil voltará a operar uma parte de sua frota de Boeing 767, adquirida com a compra da Varig há três anos.

Desde o ano passado, a Gol está reformando quatro das cinco aeronaves intercontinentais que restaram do pacote dos 14 aviões herdados da Varig. Os Boeing 767 foram projetados originalmente com dois corredores para transportar cerca de 250 passageiros, contando com a classe executiva. A nova configuração terá cerca de dez cadeiras a mais, com classe única e acabamento semelhante ao modelo 737 da Gol, para atender a clientes que preferem bilhetes econômicos.

"Pretendemos reativar os Boeing 767 para fretamentos internacionais. Estamos negociando os contratos e, em seguida, entraremos com os trâmites burocráticos junto às autoridades pertinentes. Com esses voos, a empresa reduzirá custos, além de gerar receita", confirmou ao Portal EXAME Eduardo Bernardes, diretor comercial da Gol.

Só para a rota do Caribe serão sete voos charters (fretados) diários. Com isso, a Gol deverá faturar cerca de 250 milhões de reais por ano. Esse valor é apenas a metade do prejuízo que as aeronaves compradas da Varig - atualmente, encostadas num galpão - proporcionam para a companhia aérea todo mês. A expectativa é que a ampliação de rotas internacionais amortize os gastos da empresa com os Boeing 767 - mensalmente, algo em torno de 500 milhões de reais.

    <hr>                                    <p class="pagina">Em 2007, a Gol aproveitou as operações da Varig para lançar percursos para os Estados Unidos e para a Europa. Com baixas taxas de ocupação , no entanto, a empresa desistiu das rotas - deixando esse mercado praticamente só com a TAM e as companhias estrangeiras. Até o fim de 2009, a companhia aérea estava focada em voos domésticos e com destinos à América do Sul. Em janeiro deste ano, porém, a Gol experimentou realizar alguns voos fretados para Cancun, no México. A iniciativa trouxe um saldo positivo para a empresa - e empolgou os executivos. <br><br>A estratégia, agora, é investir em voos sazonais para o exterior. Essa ação está atrelada à perspectiva da emergência da classe C no Brasil nos próximos cinco anos. A Gol acredita que a procura por pacotes internacionais pela classe média deverá multiplicar. Por conta disso, a companhia aérea fechou uma parceria estratégica com a CVC, que oferece roteiros turísticos parcelados em até 10 vezes.<br><br>O acordo entre a Gol e a maior operadora de turismo da América Latina ganhou fôlego depois de janeiro deste ano, quando o fundo de private equity americano Carlyle anunciou a compra de 63,6% das ações da CVC. Outra operadora de viagens que já assinou contrato com a Gol é a Forma Turismo, voltada para jovens estudantes. A partir de julho deste ano, as duas empresas realizarão cerca de 30 fretamentos para Orlando, nos Estados Unidos. O propósito de vender barato e parcelado despertou o interesse do presidente da companhia aérea, Constantino de Oliveira Junior, que vê nos voos fretados internacionais uma oportunidade de aumentar a receita da sua empresa.<br><br>A Gol anunciou na semana passada que teve um lucro líquido de 397,8 milhões de reais no quarto trimestre de 2009. O resultado foi superior aos 541,6 milhões de reais apurados em igual período do ano anterior. A receita líquida da empresa cresceu 4,5%, para 1,617 bilhão de reais. O lucro operacional saltou 121,2%, para 119,2 milhões de reais. O lucro antes de impostos, juros, depreciação, amortização e arrendamento de aeronaves (Ebitdar, na sigla em inglês) somou 290,1 milhões de reais, com recuo de 2,2% sobre o quarto trimestre de 2008. A expectativa para 2010 é que o volume de passageiros seja 18% superior ao do ano passado.</p>        
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