Negócios

Prejuízo da Gol bate recorde em 2015 e vai a R$ 4,3 bi

Só no 4º trimestre, resultado negativo foi 79% maior do que o que tinha sido registrado no mesmo período do ano anterior


	Gol: empresa pretende reduzir o volume total de decolagens entre 15% e 18% em 2016.
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Gol: empresa pretende reduzir o volume total de decolagens entre 15% e 18% em 2016. (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de março de 2016 às 09h34.

São Paulo - A companhia aérea Gol anunciou um prejuízo líquido de R$ 1,13 bilhão no quarto trimestre de 2015. Ao longo de todo o ano passado, a empresa perdeu R$ 4,29 bilhões, uma alta de 284,1% nas perdas.

O resultado de 2015 é equivalente a quase o quádruplo das perdas do ano anterior, que somaram R$ 1,1 bilhão.

Trata-se do pior prejuízo da história da Gol. O resultado também supera a maior perda anual conjunta do setor aéreo para um ano, registrada em 2012, quando todas as empresas somadas tiveram um prejuízo de R$ 3,63 bilhões.

A receita líquida da Gol somou R$ 2,65 bilhões de outubro a dezembro de 2015 e chegou a R$ 9,78 bilhões no ano fechado - ambos os resultados mostraram retrações sobre 2014.

A empresa justificou os resultados principalmente pela desvalorização do real frente ao dólar, que ficou próxima de 50% no ano passado. Despesas como querosene de aviação, leasing de aeronaves e manutenção da frota são cotadas na moeda americana.

Segundo a companhia, os prejuízos acumulados refletem perdas com a variação cambial de R$ 4,48 bilhões nos últimos cinco anos, que levaram a Gol a um patrimônio líquido negativo de R$ 4,32 bilhões em dezembro de 2015.

O resultado operacional - que desconta perdas em outras áreas, como a ocasionada pela variação cambial - foi negativo em R$ 95,3 milhões no quarto trimestre, conforme o balanço da Gol. No ano, as perdas foram de R$ 183,8 milhões. Em 2014, a empresa teve resultados operacionais positivos.

Redução de voos

Além dos resultados negativos, a Gol divulgou também ontem alguns de "guidances" (objetivos) operacionais para 2016. A companhia aérea projeta uma queda na oferta de assentos, medida pela multiplicação do número de poltronas disponíveis pela distância de cada voo (ASK, na sigla em inglês), entre 5% a 8% para este ano.

A Gol espera também uma queda de 15% a 18% no total de assentos para 2016, mesma projeção para o recuo no volume total de decolagens neste ano.

A companhia projeta também um recuo de 4% a 6% no volume de decolagens nacionais no primeiro semestre de 2016.

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoBalançoscompanhias-aereasEmpresasEmpresas brasileirasGol Linhas AéreasPrejuízoServiçosSetor de transporte

Mais de Negócios

Otimismo empresarial no Brasil recua no início de 2025

Este mineiro começou no negócio pendurando fios em postes. Hoje lidera uma empresa de R$ 400 milhões

Elas investiram US$ 600 mil para começar seu negócio; hoje, ele fatura US$ 4,6 milhões por mês

Ele tem uma aposta de R$ 10 bilhões para criar a "nova Balneário Camboriú" de Santa Catarina