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Gol "extravia" criança que viajava desacompanhada dos pais

Menino de 6 anos deveria ir do Rio de Janeiro para Vitória, mas por erro da companhia acabou parando em Curitiba. Caso aconteceu na última sexta (3)

Wanderson Romão: no Facebook, pai se manifesta contra a companhia aérea, que embarcou seu filho de 6 anos no avião errado (Facebook/Wanderson Romão/Reprodução)

Wanderson Romão: no Facebook, pai se manifesta contra a companhia aérea, que embarcou seu filho de 6 anos no avião errado (Facebook/Wanderson Romão/Reprodução)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 13h40.

Última atualização em 5 de dezembro de 2016 às 15h31.

São Paulo - Por uma falha nos procedimentos da Gol, um menino de seis anos, que deveria viajar do Rio de Janeiro para Vitória, no Espírito Santo, foi embarcado para Curitiba, no Paraná.

O caso aconteceu na última sexta-feira (3).

O menor viajava desacompanhado pela primeira vez e levava consigo, além dos documentos de identificação, uma autorização da Justiça para ir sozinho apenas aos estados do Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, onde tem familiares.

Em postagem no Facebook, o pai do garoto, o professor Wanderson Romão, de 33 anos, contou que ele foi entregue pela mãe aos funcionários da companhia aérea por volta das 16h, no aeroporto internacional do Galeão.

O erro só foi percebido quando Romão, que esperava o filho em Vitória para comemorar seu aniversário, notou que ele não desembarcou do avião que acabava de pousar, às 18h20.

"Foi (sic) as piores horas da minha vida, pois percebi que meu filho havia desaparecido", disse no texto.

O professor contou também que recebeu cinco e-mails da Gol e que dois deles confirmavam o embarque da criança no voo Rio-Vitória.

Ele disse que buscou respostas junto a funcionários da companhia aérea e da Infraero, mas eles "pouco ajudaram".

O pai afirmou que, de tão nervoso com a situação, pensou em invadir a pista do aeroporto para checar se seu filho não estava mesmo dentro do avião.

Romão contatou então um agente da Polícia Federal, que descobriu que o garoto não havia mesmo embarcado. O pai ligou para a mãe do menino, que foi procurá-la de volta no aeroporto do Galeão.

"Ninguém estava acreditando, a vó da criança, eu, a mãe, meus amigos. O mundo caiu! Veio a tragédia de Chapecó imediatamente em minha cabeça", escreveu.

Só depois de uma hora, segundo ele, é que a Gol entrou em contato informando que a criança havia sim, chegado, mas a Curitiba.

"O que era para ser um voo de 45 min se transformou em um voo de 1h e meia e em um filme de terror! A criança estava com medo, havia chorado durante o voo de ida", relatou o pai.

Ele disse que em nenhum momento pôde falar com o filho. Afirmou também que a criança não teve acompanhamento de um funcionário da Gol durante o voo, apesar de ele ter pagado uma taxa extra de 100 reais para isso. A aérea nega.

Ao todo, a viagem de ida e volta custou ao professor cerca de 750 reais, segundo a postagem.

Reconhecido o erro, a empresa ofereceu a solução de embarcar o garoto em um novo para Vitória, com conexão no Rio de Janeiro. Mas o pai preferiu que ele retornasse direto para o Rio.

Segundo a Gol, o menino foi entregue à mãe por volta das 20h40.

"Nunca vi um ser humano, tão inocente, puro, ser tratado com tanto desprezo, despreparo, irracionalidade, como uma espécie de uma mala, que simplesmente foi extraviada (sic)", escreveu o pai na postagem. Até a publicação deste texto, a mensagem tinha mais de 471.000 curtidas e 125.00 compartilhamentos.

Pedido de desculpas (não aceito)

Em nota, a Gol pede desculpas a Wanderson Romão, à criança à mãe e a familiares pela falha no procedimento de embarque.

A companhia diz que "em nenhum momento a criança correu qualquer risco".

"Ela esteve todo tempo assistida pela tripulação e colaboradores, tanto do Galeão quanto de Curitiba, até retornar aos cuidados de seus familiares".

A empresa diz que já identificou a causa do erro, que chamou de pontual, e que já está adotando medidas para que casos como esse não ocorram novamente.

Também disse que está em contato com os familiares para "oferecer toda a assistência necessária e minimizar os transtornos causados".

Em vídeo publicado no Facebook, o vice-presidente de operações da aérea, Sérgio Quito, reforçou o pedido de desculpas e disse que está desapontado com o problema, como executivo e como pai e avô.

A atitude não comoveu Romão. Em resposta ao vídeo na rede social, ele questiona os procedimentos da companhia aérea e pede que a empresa tenha "mais respeito, educação, segurança e responsabilidade com as famílias de todos".

O professor diz que comprou o bilhete com 20 dias de antecedência e que a companhia teve tempo de se preparar adequadamente para embarcar o garoto. Também questiona como o voo para Vitória foi autorizado a decolar faltando um passageiro menor de idade.

"Existem várias histórias como a minha. Esse não é o primeiro erro de vocês. Vocês estão assumindo por que eu me manifestei! Parem de errar e tratem melhor os brasileiros", disse.

 

Outros casos

No ano passado, a TAM passou por uma saia justa parecida. A companhia aérea esqueceu de embarcar uma criança de 7 anos, que viajaria de São Paulo para a Paraíba.

Na época, os pais só descobriram o problema quando mandaram uma mensagem para o celular da filha e ela respondeu que estava “esperando o moço voltar”.

A TAM alegou falha no procedimento de embarque e disse que a criança não havia ficado desassistida.

Em 2011, a Gol perdeu um cachorro, que deveria ser embarcado em Porto Alegre, mas fugiu.

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