Gol: a companhia aérea quer ser compensado pela Boeing por não poder usar 737 MAX (Dado Galdieri/Bloomberg/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 15h13.
Última atualização em 21 de janeiro de 2020 às 18h05.
Dublin — A Gol, que tem 130 aeronaves 737 MAX da Boeing em operação, espera retomar os voos com o jato até abril e garantir um acordo de compensação dentro de alguns meses, afirmou o vice-presidente financeiro, Richard Lark.
A empresa espera obter aprovação para o retorno dos voos do 737 MAX até meados do ano por causa de análises de autoridades de aviação sobre o sistema de controle de voo da aeronave.
"Nós da Gol estamos planejando abril" para o retorno do avião, disse Lark a jornalistas. Ele disse que espera finalizar um acordo com a Boeing nos próximos meses que compensará os investidores por perdas associadas aos atrasos nas entregas.
A fabricante afirmou que comunicou companhias aéreas e fornecedores sobre o novo prazo. As ações da companhia recuavam 5,5% às 17:01 (horário de Brasília).
O avião mais vendido da Boeing está proibido de voar desde março do ano passado, após duas quedas em um intervalo de cinco meses, que mataram 346 pessoas. A Reuters publicou na semana passada que reguladores estavam prolongando o tempo necessário para aprovação do avião.
Representantes da agência norte-americana de aviação (FAA) não comentaram o assunto de imediato.
Em vez de dinheiro, a Gol Linhas Aéreas Inteligentes provavelmente receberá a compensação na forma de descontos no valor da entrada para compras futuras de aeronaves e esquemas semelhantes, informou Lark, em entrevista realizada no escritório da Bloomberg em Houston, Texas, na sexta-feira. O valor do acordo em dólares será confidencial, acrescentou.
“Estamos nas últimas semanas antes de acertar uma compensação junto à Boeing”, disse Lark. “Isso terá um impacto significativo para nós no médio a longo prazo.”
Lark também revelou que a Gol está perto de fechar um esquema de código compartilhado com a American Airlines Group e espera fazer um anúncio em 60 dias. O compartilhamento de códigos permite que companhias aéreas reservem assentos em voos operados por suas parceiras.
A Boeing confirmou na segunda-feira que interrompeu a produção do 737 MAX em Washington nos últimos dias. A companhia estima os custos até agora da suspensão dos voos do MAX em 9 bilhões de dólares. A empresa deve divulgar significativos custos adicionais durante a publicação dos resultados do quarto trimestre, em 29 de janeiro.
(Com informações da Bloomberg)