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Gol e Latam entram na disputa pela aquisição de ativos da Avianca Brasil

Se aprovadas pela Avianca Brasil, as propostas das companhias aéreas serão apresentadas aos credores na próxima Assembleia Geral

Avianca Brasil: companhia aérea está em recuperação judicial (Paulo Lopes/Futura Press/Exame)

Avianca Brasil: companhia aérea está em recuperação judicial (Paulo Lopes/Futura Press/Exame)

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Reuters

Publicado em 3 de abril de 2019 às 10h18.

Última atualização em 3 de abril de 2019 às 10h59.

A disputa por ativos e direitos de pouso e decolagem da Avianca Brasil, em recuperação judicial, acaba de ficar mais acirrada. A Gol e a Latam afirmaram, nesta quarta-feira, que irão participar do processo de aquisição de ativos da Avianca Brasil e cada uma irá fazer uma proposta por pelo menos uma parte da aérea, por um lance inicial de 70 milhões de dólares.

As duas companhias aéreas foram procuradas pela Elliott Management, os maiores credores da dívida da Avianca Brasil, para participar do leilão de ativos. A proposta da Avianca Brasil prevê a separação de direitos de uso de horários de pouso e decolagem dos voos da companhia, além do programa de fidelidade Amigo. Esses negócios podem ser vendidos separadamente a qualquer empresa interessada no processo de leilão.

Pelo plano proposto, serão constituídas sete UPIs (Unidades Produtivas Isoladas), que irão a leilão no processo de recuperação judicial da Avianca Brasil. Seis delas terão os direitos de uso dos horários de pouso e decolagem de voos nos aeroportos de Congonhas, Santos Dumont e Guarulhos, bem como os certificados de operador aéreo. A última Unidade trará os ativos relacionados ao programa de pontos Amigo. Todo o processo passará pela análise e aprovação do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Se aprovado pela Avianca Brasil, a Gol e Latam afirmaram que o acordo será apresentado aos credores da companhia na próxima Assembleia Geral marcada para esta sexta-feira, 5 de abril.

A Gol irá apresentar uma proposta por pelo menos uma das UPIs aéreas, por um lance mínimo de 70 milhões de dólares, além de adquirir da Elliott 5 milhões de dólares em financiamentos na medida em que forem concedidos à Avianca Brasil.

Além disso, a GOL poderá conceder financiamentos adicionais no montante de até 8 milhões de dólares nas próximas semanas para promover a liquidez da companhia. Simultaneamente, a GOL concederá um adiantamento para a Elliott no valor de 35 milhões de dólares, valor que será restituído caso a GOL ou outro interessado adquira a respectiva UPI no leilão.

A Latam Airlines Brasil também entrou no páreo pelos ativos. A empresa afirma que foi procurada pela Elliott para participar da proposta de reestruturação.

A Latam concordou em apresentar uma oferta no próximo leilão por pelo menos uma UPI, no valor mínimo de 70 milhões de dólares.
A companhia também se comprometeu a fornecer capital de giro à Avianca Brasil. Os empréstimos são no valor de pelo menos 13 milhões de dólares para apoiar a continuidade das operações.

A Azul foi a primeira a demonstrar interesse pelos ativos, em março. A companhia aérea assinou um acordo não vinculante de 105 milhões de dólares para compra de alguns ativos da rival Avianca Brasil. O acordo envolve 70 slots de pousos e decolagens e 30 Airbus A320.

Os financiamentos para capital de giro podem ser essenciais para a companhia aérea. A Avianca Brasil admitiu, no fim de março, que sua dívida é maior do que a divulgada inicialmente. Sem considerar os arrendadores de suas aeronaves – que não entram no processo de recuperação e para os quais deve o equivalente a 585 milhões de reais -, os débitos da empresa somam 2,7 bilhões de reais. Em dezembro, o documento apresentado à Justiça citava 495 milhões de reais.

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