AEROPORTO DE GUARULHOS: O índice de pontualidade do terminal é de 79,70% (Paulo Pinto/Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2016 às 21h23.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h12.
Com a economia deixando os piores dias para trás, até companhias que pareciam à beira da morte começam a apresentar resultados animadores. Ontem à noite, a companhia aérea Gol divulgou um lucro de 252,5 milhões de reais – o seu segundo trimestre consecutivo no azul, após ter prejuízo durante os quatro trimestres de 2015. No acumulado do ano passado, a empresa perdeu mais de 4 bilhões de reais.
Em grande parte, o resultado melhor vem de um dólar mais fraco, que diminuiu seus custos com combustíveis. Mas a companhia tenta fazer sua parte para reduzir as despesas. A Gol está em um projeto de reestruturação financeira que prevê o corte de até 18% de seus voos e a retirada de 20 aviões de sua frota em 2016.
A recuperação tem seus percalços. O programa reestruturação de dívidas, iniciado no segundo trimestre deste ano, tinha como objetivo negociar em torno de 95% dos títulos de dívida da empresa. Mas a Gol adiou o prazo final do programa por quatro vezes e, mesmo assim, só conseguiu a adesão de 22,4% dos detentores de dívida. Com isso, reduziu a dívida de 16,3 bilhões de reais em apenas 330 milhões de reais.
A companhia segue à espera de uma iniciativa que aumente o limite da participação de capital estrangeiro nas aéreas brasileiras, hoje em 20%. A medida provisória que ampliava a participação para 100% foi vetada pelo presidente interino Michel Temer, em julho, diante da resistência do Senado. Um novo projeto segue em trâmite no Congresso, às voltas com outras prioridades.
Enquanto isso, a demanda por voos domésticos caiu pelo 11º mês seguido em junho e não há previsão para um retomada este ano. Ainda assim, depois de bater em 1,20 real em janeiro, as ações da Gol já romperam a marca dos 6 reais na bolsa. A vida continua difícil para empresa – mas pelo menos seus investidores já avistam um caminho em meio à tempestade.