São Paulo - A Gol informou, nesta quinta-feira (24/3), que vai reduzir seus custos em 65 milhões de reais por ano. O corte será feito por meio de duas iniciativas. A primeira é a devolução antecipada de dois Boeing 767, do total de seis que a Gol ainda mantém na frota.

Os dois aviões serão utilizados até o final de março para voos fretados de longa distância. A devolução das aeronaves vai gerar uma redução de despesas operacionais de 20 milhões de reais por ano, a partir do segundo semestre de 2011.

Outros 45 milhões de reais serão poupados com a conclusão de projetos de melhorias operacionais. Os projetos foram iniciados em 2010 e seu objetivo é eliminar sobreposições e redundâncias no dia-a-dia da Gol.

Em comunicado à Bovespa, a Gol informa que as medidas mostram o seu “comprometimento com a indústria, focando a rentabilidade e qualidade de suas operações, e garantindo, por mais um ano, a posição de empresa aérea mais rentável do Brasil.”

Aperto

A intenção da Gol de cortar despesas foi anunciada pouco mais de um mês após a empresa divulgar uma queda de 76% no lucro líquido consolidado de 2010, que baixou para 214,197 milhões de reais.

Apesar de a receita líquida ter subido 15,8%, para 6,979 bilhões de reais no período, os custos e despesas operacionais avançaram 11,9%, para 6,281 bilhões de reais.

Na parte financeira, a Gol também sofreu. Em 2009, o resultado financeiro havia sido positivo em 342,844 milhões de reais. No ano passado, porém, a conta ficou negativa em 311,299 milhões de reais. Além de ver sua despesa com juros crescer 17%, para 338,609 milhões, a Gol também foi bem menos favorecida pela variação cambial. Em 2010, a oscilação do câmbio gerou ganhos de 46,023 milhões de reais, 93,5% menos que os 710,725 milhões de reais de 2009.